DEU EM O GLOBO
Perda real em maio foi de 0,9%, mas desemprego é o menor desde 2002
A renda do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas do país recuou 0,9% em maio, pela primeira vez no ano. O número, divulgado ontem pelo IBGE, mostra que a inflação em alta já começa a corroer o poder de compra do brasileiro. A boa noticia é que o desemprego ficou em 7,5%, a menor taxa em oito anos para um mês de maio. No ano passado, ficara em 8,8%. Em abril, recuara para 7,3%, Segundo o próprio IBGE e especialistas, foi justamente a recuperação da economia que fez com que mais brasileiros saíssem em busca de trabalho, pressionando ligeiramente a taxa na virada de abril para maio. "O mercado de trabalho está com uma taxa de desocupação muito baixa para padrões históricos", resumiu o economista e professor da PUC José Márcio Camargo.
Inflação "come" renda do trabalho
Ganho real cai 0,9% em maio, após 4 altas seguidas. Desemprego fica em 7,5%, menor taxa em 8 anos
Clarice Spitz
Sob impacto da inflação, a renda do trabalhador nas seis principais regiões do país recuou pela primeira vez no ano. O poder de compra caiu 0,9% na passagem de abril para maio, interrompendo uma trajetória de quatro altas consecutivas, informou ontem o IBGE.
A piora na renda veio acompanhada de uma ligeira alta no desemprego, que subiu de 7,3% em abril para 7,5% em maio. Mesmo assim, a taxa de desocupação do mês passado foi a menor para maio desde o início da atual Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, em 2002. Em maio do ano passado, a taxa estava em 8,8%.
E, para os especialistas, os números mostram ainda um cenário muito favorável para os trabalhadores.
— O mercado de trabalho está com uma taxa de desemprego muito baixa para padrões históricos. Ela subiu neste mês, mas não espero que vá haver aumento de desemprego sistemático — afirma José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e consultor da Opus Gestão de Recursos.
Desemprego sobe com maior busca por vagas
A alta no desemprego surpreendeu os analistas que, depois da queda na desocupação em abril, esperavam uma taxa em torno de 7% no mês passado.
Mas, segundo o IBGE, o desemprego subiu ligeiramente em maio principalmente porque, diante de uma economia aquecida, mais trabalhadores foram em busca de vagas.
— Como as pessoas escutam que o mercado de trabalho está melhor, que o cenário econômico está mais favorável, isso acaba gerando uma busca maior. As pessoas que estão na inatividade acreditam que vão conseguir emprego — explica o coordenador da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.
Apesar da perda de renda de abril para maio, o ganho médio dos trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas do país, de R$ 1.417,30, é 2,5% maior do que um ano atrás.
— A inflação no período teve efeito corrosivo sobre os ganhos dos trabalhadores. Foi o primeiro ponto e temos que ficar em alerta e acompanhar — disse Azeredo.
Na opinião do economista João Saboia, diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a explicação para as perdas nos rendimentos pode estar no próprio aquecimento do mercado de trabalho. Isso porque a tendência é que os novos contratados, normalmente jovens ou pessoas sem experiência, sejam incorporados com salários menores.
— O mercado de trabalho continua absorvendo muitas pessoas e é possível que, por conta disso, o rendimento médio esteja caindo, associado, é claro, a uma inflação que veio num ritmo mais acelerado, mas que deve desacelerar daqui para frente — afirmou.
Os especialistas destacam ainda que o mercado de trabalho está mais dinâmico nas cidades menores, que não são investigadas na pesquisa mensal do IBGE. As estatísticas do Ministério do Trabalho, que dizem respeito apenas ao emprego com carteira assinada, mas são de abrangência nacional, mostraram uma criação recorde de vagas em maio, quando 298 mil novos postos formais foram abertos no país, o melhor resultado para este mês desde 1992.
A pesquisa do IBGE constatou uma alta de 1,1% nas vagas com carteira assinada em maio, frente ao mesmo mês do ano passado. Para Azeredo, do IBGE, as boas perspectivas para o mercado de trabalho brasileiro continuam.
— Existem outros indicadores como melhora na qualidade de emprego e formalização que continuam a mostrar o dinamismo do mercado de trabalho — frisou.
Perda real em maio foi de 0,9%, mas desemprego é o menor desde 2002
A renda do trabalhador nas seis principais regiões metropolitanas do país recuou 0,9% em maio, pela primeira vez no ano. O número, divulgado ontem pelo IBGE, mostra que a inflação em alta já começa a corroer o poder de compra do brasileiro. A boa noticia é que o desemprego ficou em 7,5%, a menor taxa em oito anos para um mês de maio. No ano passado, ficara em 8,8%. Em abril, recuara para 7,3%, Segundo o próprio IBGE e especialistas, foi justamente a recuperação da economia que fez com que mais brasileiros saíssem em busca de trabalho, pressionando ligeiramente a taxa na virada de abril para maio. "O mercado de trabalho está com uma taxa de desocupação muito baixa para padrões históricos", resumiu o economista e professor da PUC José Márcio Camargo.
Inflação "come" renda do trabalho
Ganho real cai 0,9% em maio, após 4 altas seguidas. Desemprego fica em 7,5%, menor taxa em 8 anos
Clarice Spitz
Sob impacto da inflação, a renda do trabalhador nas seis principais regiões do país recuou pela primeira vez no ano. O poder de compra caiu 0,9% na passagem de abril para maio, interrompendo uma trajetória de quatro altas consecutivas, informou ontem o IBGE.
A piora na renda veio acompanhada de uma ligeira alta no desemprego, que subiu de 7,3% em abril para 7,5% em maio. Mesmo assim, a taxa de desocupação do mês passado foi a menor para maio desde o início da atual Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, em 2002. Em maio do ano passado, a taxa estava em 8,8%.
E, para os especialistas, os números mostram ainda um cenário muito favorável para os trabalhadores.
— O mercado de trabalho está com uma taxa de desemprego muito baixa para padrões históricos. Ela subiu neste mês, mas não espero que vá haver aumento de desemprego sistemático — afirma José Márcio Camargo, professor da PUC-RJ e consultor da Opus Gestão de Recursos.
Desemprego sobe com maior busca por vagas
A alta no desemprego surpreendeu os analistas que, depois da queda na desocupação em abril, esperavam uma taxa em torno de 7% no mês passado.
Mas, segundo o IBGE, o desemprego subiu ligeiramente em maio principalmente porque, diante de uma economia aquecida, mais trabalhadores foram em busca de vagas.
— Como as pessoas escutam que o mercado de trabalho está melhor, que o cenário econômico está mais favorável, isso acaba gerando uma busca maior. As pessoas que estão na inatividade acreditam que vão conseguir emprego — explica o coordenador da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.
Apesar da perda de renda de abril para maio, o ganho médio dos trabalhadores das seis maiores regiões metropolitanas do país, de R$ 1.417,30, é 2,5% maior do que um ano atrás.
— A inflação no período teve efeito corrosivo sobre os ganhos dos trabalhadores. Foi o primeiro ponto e temos que ficar em alerta e acompanhar — disse Azeredo.
Na opinião do economista João Saboia, diretor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a explicação para as perdas nos rendimentos pode estar no próprio aquecimento do mercado de trabalho. Isso porque a tendência é que os novos contratados, normalmente jovens ou pessoas sem experiência, sejam incorporados com salários menores.
— O mercado de trabalho continua absorvendo muitas pessoas e é possível que, por conta disso, o rendimento médio esteja caindo, associado, é claro, a uma inflação que veio num ritmo mais acelerado, mas que deve desacelerar daqui para frente — afirmou.
Os especialistas destacam ainda que o mercado de trabalho está mais dinâmico nas cidades menores, que não são investigadas na pesquisa mensal do IBGE. As estatísticas do Ministério do Trabalho, que dizem respeito apenas ao emprego com carteira assinada, mas são de abrangência nacional, mostraram uma criação recorde de vagas em maio, quando 298 mil novos postos formais foram abertos no país, o melhor resultado para este mês desde 1992.
A pesquisa do IBGE constatou uma alta de 1,1% nas vagas com carteira assinada em maio, frente ao mesmo mês do ano passado. Para Azeredo, do IBGE, as boas perspectivas para o mercado de trabalho brasileiro continuam.
— Existem outros indicadores como melhora na qualidade de emprego e formalização que continuam a mostrar o dinamismo do mercado de trabalho — frisou.
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