O barulho foi grande, a movimentação imensa, as pressões enormes, a mobilização gigantesca, e por fim: a montanha pariu um rato! O novo governo conseguiu barrar o aumento real do salário mínimo.
Quanta capacidade de convencimento e quanta vontade política mobilizada para fazer valer uma pauta negativa. Não teve CUT, nem Força Sindical, nem lideranças outrora combativas a elas ligadas, nem ministro “trabalhista” e muito menos oposição que conseguissem, ao menos, abrir possibilidades de negociação para um aumento maior.
Enquanto isso, na mesma semana lê-se as notícias: aumento de capital para BNDES de R$ 6,4 bilhões, para a Caixa Federal de R$ 2,2 bilhões; cobertura do rombo Banco Panamericano de 4,5 bilhões, leilão de “swap reverso” pelo Banco Central de RS 1,47 milhão - num único dia; Banco Central ameaça a elevação da taxa de juros em, no mínimo, mais 0,5 pontos percentuais.
Quiséramos nós que essa impressionante capacidade de mobilização e essa acachapante maioria fossem dirigidas para reformas que o Brasil necessita com urgência, por exemplo:
A reforma tributária, que aumente a base de arrecadação, diminua as alíquotas individuais, desonere as exportações, acabe com a incidência em cascata dos impostos, aumente a participação no bolo da arrecadação dos municípios, que são no final quem presta a imensa maioria dos serviços públicos essenciais à sociedade.
A reforma trabalhista que faça com que seja interessante ao empresário, ao autônomo, ao clandestino formalizar sua relação de trabalho, reduzindo o custo da contratação da mão de obra e gerando mais postos de trabalho e aumentando a arrecadação da previdência social.
A vista dessas constatações, independentemente da coloração partidária, o que temos visto, de maneira despudorada e pornográfica, é a prevalência total e absoluta da lógica financista da ação dos poderes públicos. Nem a grande crise de 2008 e 2009 parece ter sacudido suficientemente a sociedade e os dirigentes políticos que a representam para que coloquem freios nessa ciranda. O mercado financeiro deve servir ao desenvolvimento econômico e não servir-se dele e da sociedade para se autoalimentar incessantemente.
Essa história de que o aumento reduzido do salário mínimo seria um ato de extrema responsabilidade fiscal, não passa de um conto da carochinha. O que há é uma escolha clara: quando os ventos sopram a favor até que dá para fazer cortesias para com os mais pobres, porém, quando há nuvens cinzentas no horizonte e as eleições já passaram ...
Mas, dinheiro para sustentar títulos públicos e inversões no mercado financeiro e lastrear as mais altas taxas de juros do mundo nunca falta.
Quanta capacidade de convencimento e quanta vontade política mobilizada para fazer valer uma pauta negativa. Não teve CUT, nem Força Sindical, nem lideranças outrora combativas a elas ligadas, nem ministro “trabalhista” e muito menos oposição que conseguissem, ao menos, abrir possibilidades de negociação para um aumento maior.
Enquanto isso, na mesma semana lê-se as notícias: aumento de capital para BNDES de R$ 6,4 bilhões, para a Caixa Federal de R$ 2,2 bilhões; cobertura do rombo Banco Panamericano de 4,5 bilhões, leilão de “swap reverso” pelo Banco Central de RS 1,47 milhão - num único dia; Banco Central ameaça a elevação da taxa de juros em, no mínimo, mais 0,5 pontos percentuais.
Quiséramos nós que essa impressionante capacidade de mobilização e essa acachapante maioria fossem dirigidas para reformas que o Brasil necessita com urgência, por exemplo:
A reforma tributária, que aumente a base de arrecadação, diminua as alíquotas individuais, desonere as exportações, acabe com a incidência em cascata dos impostos, aumente a participação no bolo da arrecadação dos municípios, que são no final quem presta a imensa maioria dos serviços públicos essenciais à sociedade.
A reforma trabalhista que faça com que seja interessante ao empresário, ao autônomo, ao clandestino formalizar sua relação de trabalho, reduzindo o custo da contratação da mão de obra e gerando mais postos de trabalho e aumentando a arrecadação da previdência social.
A vista dessas constatações, independentemente da coloração partidária, o que temos visto, de maneira despudorada e pornográfica, é a prevalência total e absoluta da lógica financista da ação dos poderes públicos. Nem a grande crise de 2008 e 2009 parece ter sacudido suficientemente a sociedade e os dirigentes políticos que a representam para que coloquem freios nessa ciranda. O mercado financeiro deve servir ao desenvolvimento econômico e não servir-se dele e da sociedade para se autoalimentar incessantemente.
Essa história de que o aumento reduzido do salário mínimo seria um ato de extrema responsabilidade fiscal, não passa de um conto da carochinha. O que há é uma escolha clara: quando os ventos sopram a favor até que dá para fazer cortesias para com os mais pobres, porém, quando há nuvens cinzentas no horizonte e as eleições já passaram ...
Mas, dinheiro para sustentar títulos públicos e inversões no mercado financeiro e lastrear as mais altas taxas de juros do mundo nunca falta.
Urbano Patto é Arquiteto Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento Regional e membro do Conselho de Ética do Partido Popular Socialista - PPS - do Estado de São Paulo. Críticas e sugestões: urbanopatto@hotmail.com.
FONTE: JORNAL DA CIDADE - PINDAMONHANGABA/SP
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