quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

O jeitinho brasileiro. Por Merval Pereira

O Globo

O que seria adaptar à cultura nacional as rígidas regras de conduta dos magistrados das Supremas Cortes da Alemanha ou dos Estados Unidos, como sugere um ministro brasileiro? Levar o jeitinho brasileiro na avaliação do que pode ou não pode? A rejeição da maioria dos ministros do Supremo à ideia de um código de conduta proposto pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, mostra que comedimento não é uma característica desta Corte. Alegam que a quase totalidade das exigências dos códigos no exterior já está na legislação brasileira. Se é assim, por que não fazer uma compilação das leis e publicar um documento esclarecendo à opinião pública que os ministros já são regulados pela legislação atual?

Ministro do Supremo não é intocável. Por Julia Duailibi

O Globo

O vilão de ontem vira herói hoje, para logo virar vilão novamente. Preservar as instituições é o maior ato de heroísmo

No final de 2024, um comitê do Senado americano divulgou o resultado de uma investigação de 20 meses sobre a “crise ética” da Suprema Corte dos Estados Unidos. O documento, chamado “Uma Investigação sobre o Desafio Ético da Suprema Corte”, apontava “lapsos éticos” e “repetidas falhas” de seus juízes. A investigação partia de um pressuposto básico: juízes vestem capas, mas não são super-heróis.

— Agora, mais que nunca, sabemos a extensão da crise ética em que a Suprema Corte está atolada, crise criada por ela mesma. Seja por não divulgar presentes luxuosos ou por não se declarar impedida em casos com aparentes conflitos de interesse, fica claro que os juízes estão perdendo a confiança do povo americano nas mãos de um bando de bilionários bajuladores. — disse o senador democrata Dick Durbin ao término da investigação.

Master: banqueiros e autoridades dizem que PF também sofreu pressão de Moraes. Por Mônica Bergamo

Folha de S. Paulo

Diretor-geral nega e diz que nunca conversou com o ministro do STF sobre as investigações contra o banco

Magistrado nega ter pressionado a PF e o Banco Central para atuar em favor da instituição, que tem contrato com o escritório de advocacia de sua mulher, Viviane Barci de Moraes

Os mesmos banqueiros e autoridades de Brasília que afirmam a jornalistas terem recebido informações seguras de que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes pressionou o Banco Central a favorecer o Banco Master dizem ter ouvido de integrantes da PF (Polícia Federal) que o magistrado também manifestou ao órgão interesse no andamento das investigações sobre o caso.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, teria inclusive informado o presidente Lula sobre o caso, e teria ouvido em resposta: "Faça o que for necessário".

Lógica do escândalo diário. Por Ricardo Queiroz Pinheiro

Ontem publiquei um texto mais longo sobre como a crise da democracia liberal vem sendo administrada por rearranjos institucionais que administram o esvaziamento do modelo. Hoje, lendo o noticiário político, fiquei com a sensação de déjà-vu: o mesmo processo reaparece ali, só que traduzido numa linguagem mais simples, noveleira, quase infantil, feita para caber na lógica do escândalo diário.

Um roteiro conhecido. Por Beta Bastos

A atuação de Malu Gaspar tem seguido um roteiro conhecido e cada vez mais desgastado, de insinuar antes de provar, sugerir conflitos onde há fatos ordinários e apostar na dúvida como ferramenta de desgaste público. 

Não se trata de crítica jornalística legítima, mas de um método que privilegia a suspeição permanente, quase sempre amparada em fontes anônimas e conexões indiretas que não se sustentam quando confrontadas com os fatos.

Esse padrão não é novo. Durante a Operação Lava Jato, Malu Gaspar esteve entre os nomes que ajudaram a naturalizar narrativas punitivistas, baseadas em vazamentos seletivos, delações frágeis e “convicções” apresentadas como prova. 

Moraes não fez qualquer pedido ou cobrança sobre Banco Master a Galípolo | Daniela Lima

 

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

STF fracassa em transparência e prestação de contas

Por O Globo

Levou duas semanas para Corte se manifestar sobre vínculo entre Moraes e Master

Duas condições são críticas para o funcionamento pleno das instituições numa República. Primeiro, elas precisam ser transparentes. Segundo, devem prestar contas regularmente de suas atividades ao público. Em ambos os quesitos, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem falhado sistematicamente. É constrangedor que o Supremo tenha levado tanto tempo para se manifestar sobre as revelações do GLOBO a respeito do caso mais rumoroso que chegou à Corte nos últimos tempos, as suspeitas de falcatruas envolvendo o Banco Master. Mais constrangedor ainda é o processo continuar sob sigilo.

Poesia | Cartão de Natal, de João Cabral de Melo Neto

 

Música | Boas festas! -· Novos Baianos