domingo, 22 de janeiro de 2012

Cotidiano e rumo da política:: Rosemberg de Araújo Pinheiro

É muito comum nos dias de hoje, ouvirmos com frequênciana boca do povonos vários níveis socioeconômicos esta frase, todo politico é ladrão todo politico é corrupto. E na verdade os exemplos estão presentesem episódios cotidianos em todos os níveise casas parlamentares o que justifica de alguma maneira, essa forma depreciativa e desqualificante de se conviver e atuar com a politica.

Um fato é verdadeiro,esses políticos, continuam apesar das criticasefusivas,sendo eleitos e reeleitos pelos mais diversos partidos e por esse mesmo eleitor que os considerapolíticos desonestos, eleitores essesque com muita frequência durante as campanhas eleitorais, trocam seus votos por uma serie degentilezas, favores e passageiraspromessas, que podem variar de churrascos, jogos de camisa de futebol, ligadura de trompas,empreguinhos para os filhoa enterros. (existe na Baixada Fluminense, um vereador que se notabilizou por oferecer o Kit enterro oferece um processo que vai desde o atestado de óbito a cova rasa).

Na aqui no Rio de Janeiro também na Baixada Fluminense. Há alguns anos atrás, a população de forma esmagadora destinou seus votos na maioria dosmunicípios que compõema região,candidatos aprefeitos com suspeitas de ligaçõescomgrupos de extermínios ecomprometedoras fichas corridas no currículo.Todos esses políticos se tornaram milionários e hoje reproduzem o seu poder através dos seus feudos, diretamente de luxuoso condomínio na Barra da Tijuca, ou seja, o povo da baixada continua pobre e seus políticos outrora gente pobre atualmente muito rica e impune.

A eleição de uma liderança autentica e ideológicacomo ocorria com naturalidade até a década de noventa,ficou muito difícil deacontecerde forma espontâneacomo antigamente,inclusiveporque muitas dessas antigas lideranças da chamada esquerda. Adequaram-se a realidade e também construíram seus centros sociais onde durante o mandatoenfrentando a concorrência,oferecem suas benessese favores principalmente nas chamadas comunidades carentes, muitas vezes fazendo vista grossa para a relação conflituosa da população nessas localidades com o crime dito organizado.

As candidaturaspassaram a partir de certomomento ase constituírem, através de maquinas eleitorais e grupos fechados e quem desenvolveu essa pratica com rara competênciaaqui no Rio, foi o Ex-Prefeito Cesar Maia que a partir do seu primeiro mandato,aprontou um grupo de dezenas de Jovensde famílias declasse media carioca sem qualquer experiência politica, distribuídos pelas varias regiões da cidade e os elegeu vereadores, todos na faixa de 19 a 20anos entre os quais o seu próprio filho. O hoje deputado federal Rodrigo Maia, o atual Prefeito do Rio Eduardo Paes, o candidato à vice na chapa do SerraÍndio da Costa tambémfazem parte dessa safra.

Um dos problemas enfrentados pelo nosso grande mestre Sergio Arouca na época em que foi Secretario de Saúde do Município do Rio foi justamente nesse campo. Pois enquanto o aventureiroe subserviente AirtonXerez por sinal, que fim levou essa patética figura? Que na época havia pousado no PPS transformou sua secretaria em um centro social a serviço dosjovens e ávidos vereadores de Cesar Maia. O nosso Sergio Arouca na ocasião, não aceitou, por exemplo, que os postos de Saúdee demais unidades da secretaria fossem entregues aos cabos eleitorais dos meninos de Cesar Maia.

Enquanto isso a populaçãocom justiça,segueo seu discurso efusivo contra os políticos sem vergonhas que só pensam no próprio bolso. Porém essamesma população,em grandeparcela ageegosta de fazerpráticas e atitudes semelhantes aos políticos que critica ,quando sonegam os impostose se beneficiam aqui no Rio, dos chamados gatosdeenergiaeagua potável,quando utilizam sinais do chamado Gato NET (Furto de TV a Cabo) quandojogam lixo e entulhos pelas ruas equando jácomeçam a frequentar as chamadas bocas livres dos futuros candidatos a vereador (Churrascos, pagodes, almoços, etc.) afinal é hora de aproveitar e tirar proveito desses políticos que só pensam neles. Afinal eles precisam de voto uma vez por ano.

Rosemberg de Araújo Pinheiro, mestre em Saúde Coletiva/UFRJ. Diretor Adjunto da Faculdade de Medicina da UFRJ

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