Em convenção que reelegeu o vice-presidente Michel Temer para novo mandato no comando do partido, o PMDB aprovou moção que impede, a partir de agora, a nomeação de filiados para cargos no governo Dilma. O evento foi marcado por discursos veementes pelo rompimento com o PT, que será decidido em 30 dias. –
• Indicado para ministério, deputado Mauro Lopes diz que decisão da convenção ‘não tem valor’ e insiste no cargo
Júnia Gama, André de Souza e Simone Iglesias - O Globo
BRASÍLIA- Em uma demonstração de que o afastamento do governo Dilma Rousseff está em andamento, a convenção do PMDB aprovou ontem uma moção que impede qualquer peemedebista de assumir novos cargos no governo nos próximos 30 dias, período no qual o partido decidirá se vai de fato desembarcar da aliança que mantém com a presidente Dilma Rousseff desde 2010.
Dessa forma, o deputado Mauro Lopes (MG), que aguardava sua nomeação para assumir a Secretaria de Aviação Civil, prometida pelo Planalto para a próxima semana, ficará impedido pelo partido de se tornar ministro. Lopes disse ao GLOBO que a moção “não tem nenhum valor” e que sua decisão será tomada independentemente do que deseja o partido. Ao fim da convenção, no entanto, o comando partidário referendou a moção e definiu que quem assumir cargos no governo poderá ser levado à Comissão de Ética.
— Já fui convidado. Tenho confiança sem limite no Michel Temer e vou conversar com ele depois do resultado da convenção. Sei do equilíbrio e da responsabilidade que ele tem com o país. Vamos decidir com elegância e lealdade ao governo — disse Lopes.
Reconduzido à presidência do PMDB por mais dois anos, o vice-presidente Michel Temer fez um discurso ameno. Após comentar as crises política e econômica no país, o presidente voltou a pregar união.
— Não é hora de dividir os brasileiros, de acirrar os ânimos. Não é hora de levantar muros. A hora é de construir pontes — afirmou o vice, que está no comando partidário há 15 anos e foi reeleito de forma praticamente unânime.
A princípio, nenhuma moção seria votada na convenção, que estaria focada apenas na eleição da nova Executiva do PMDB. Porém, sob forte pressão dos antigovernistas, que eram ampla maioria, a cúpula cedeu e acatou a proibição de peemedebistas aceitarem cargos no governo. Agora, disse um integrante da cúpula, “é aguardar o avanço do impeachment no Congresso.”
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