Por Carolina Freitas, Ricardo Mendonça e Marcos de Moura e Souza | Valor Econômico
SÃO PAULO E BELO HORIZONTE - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pregou conciliação ao ser questionado sobre a disputa que trava dentro do partido com o prefeito João Doria pela candidatura à Presidência da República em 2018. "Sou daqueles que entendem que o Brasil, para crescer, precisa de estabilidade. Casa dividida não dá certo", disse Alckmin ontem em entrevista à rádio Mix FM, de Sergipe, antes de receber no Palácio dos Bandeirantes o governador do Sergipe, Jackson Barreto (PMDB).
O governador adotava até esta semana uma estratégia diferente da do rival. Enquanto Doria se envolveu em uma frenética agenda de eventos com ampla cobertura de mídia, Alckmin priorizou reuniões fechadas com dirigentes políticas. Nos próximos dias, entretanto, o tom será outro. Hoje o paulista viaja a Brasília para um almoço com a bancada ruralista, coordenada pelo tucano Nilson Leitão (PA). A ideia de Leitão é entregar para o tucano, que é pré-candidato à Presidência, a pauta dos ruralistas. O setor está empenhado atualmente em discutir com o governo federal o parcelamento das dívidas do Funrural - fundo pago para a previdência social dos trabalhadores do campo - e novas regras de licenciamento ambiental.
Amanhã, Alckmin será o palestrante em um evento empresarial de infraestrutura em São Paulo. Na segunda-feira, viaja a Belo Horizonte, para uma programação ao lado de aliados do senador Aécio Neves (MG), com quem sempre teve relações frias.
Segundo Alckmin afirmou na entrevista à rádio sergipana, Doria irá evitar o confronto direto com a sua pretensão. "Não acredito que teremos disputa. Não acredito que teremos nem primárias. O próprio prefeito [Doria] tem dito que não vai disputar a prévia." Questionado se estava decepcionado com Doria, a quem apadrinhou na política, Alckmin negou. "Não, imagine, de jeito nenhum. Tá fazendo aqui [em São Paulo] um bom trabalho."
O paulista discorreu na entrevista sobre a cessão de equipamentos da Sabesp para a companhia de saneamento de Sergipe. "É uma boa oportunidade para São Paulo retribuir aos nordestinos a grande ajuda que deram ao nosso Estado", disse Alckmin. O tucano prometeu em breve ir a Laranjeiras (SE), onde o Instituto Butantan, do governo paulista, conduz, em parceria com a Universidade Federal de Sergipe, testes clínicos da vacina contra a dengue.
Na próxima semana Alckmin deve fazer uma palestra no início da noite da segunda-feira na sede do Sindicato da Indústria da Construção Pesada de Minas Gerais (Sicepot-MG). O título que aparece no convite do evento é: "Brasil, desafios políticos e econômicos".
O encontro deve reunir lideranças tucanas de Minas, mas a assessoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG) ainda não confirmou sua presença. A expectativa é que o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) esteja presente. Outro tucano, o deputado federal, Marcus Pestana (PSDB-MG), muito próximo a Aécio, já confirmou presença. O evento tem o apoio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Câmara de Dirigentes Lojistas, da Associação Comercial de Minas, da Associação dos Economistas, entre outras agremiações. (Colaborou Raphael Di Cunto, de Brasília)
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