- O Globo
A decisão do Senado de não peitar, por ora, o Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da punição imposta ao senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) foi a vitória da sensatez. O Legislativo existe para legislar, o Executivo para governar, e o STF para aplicar a Constituição e interpretá-la.
A Primeira Turma do STF afastou Aécio do mandato e obrigou-o a se recolher em casa todas as noites em função de ter sido flagrado pedindo e recebendo propina do empresário Joesley Batista. No próximo dia 11, o plenário do STF endossará ou revogará a decisão.
Se endossar, só caberá ao Senado obedecer. Nada mais. Como obedeceu quando o STF mandou prender, no ano passado, o ex-senador Delcídio Amaral, flagrado oferecendo dinheiro e proteção para que um dos delatores da LavaJato fugisse do país.
Na época, Renan Calheiros (PMDB-AL), então presidente do Senado, tudo fez para salvar Delcídio. Não só ele, mas as figurinhas carimbadas de sempre — entre elas, Romero Jucá (PMDB-RR), Jader Barbalho (PMDB-PA) e Fernando Collor (PTC-AL).
Renan e sua turma perderam. Como, agora, perderam outra vez. O temor dessa gente é ser Delcídio ou Aécio amanhã. Renan responde a mais de 15 processos no STF. Jucá, a pelo menos uma dezena de processos. Por ora, o campeão, ali, é Aécio Neves.
O Brasil velho de guerra estrebucha, enquanto o novo tenta nascer.
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