Em reunião com Bolsonaro e deputados, ministro-chefe da Casa Civil se comprometeu a liberar nomeações políticas em órgãos federais nos estados. Joice Hasselmann foi anunciada líder do governo no Congresso
Bruno Góes, Daniel Gullino e Eduardo Bresciani | O Globo
BRASÍLIA - Na primeira reunião do presidente Jair Bolsonaro com os líderes na Câmara, destinada a debater a proposta de reforma da Previdência, coube ao ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, iniciar o movimento de aproximação com os parlamentares. Responsável pela articulação política do governo, Onyx prometeu liberar nomeações políticas em órgãos federais nos estados e garantiu que não haverá contingenciamento das emendas parlamentares individuais por parte do governo.
Bolsonaro focou sua fala na reforma da Previdência, mas aproveitou o encontro para anunciar a escolha da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) para o cargo de líder do governo no Congresso e se comprometeu a manter contato frequente com os líderes, além de repetir esse tipo de evento. De acordo com os deputados, o presidente adotou um tom de humildade e reafirmou em algumas oportunidades a importância do Parlamento para o sucesso do governo, em especial neste tema.
Apesar do tom cordial do presidente, a reunião foi marcada por críticas dos líderes à articulação política do governo. Líderes reclamaram que ministros não têm atendido deputados e nem prefeitos indicados por eles. Houve protestos também sobre “falta de atenção” da Caixa, banco que firma os convênios de prefeituras com o governo federal e acompanha a execução das emendas. O secretário de Assuntos Fundiários, Nabhan Garcia, foi chamado de “truculento” por um dos presentes e criticado por outros.
Os líderes cobraram o envolvimento de todo o governo nas negociações políticas, não deixando a tarefa apenas nas mãos de Onyx. Uma das reclamações é a de que promessas feitas pelo titular da Casa Civil acabam não sendo cumpridas por outros integrantes da Esplanada.
Sobre a demora nas nomeações de indicados políticos, o ministro disse que os cargos serão distribuídos a partir de negociação com as bancadas estaduais, devendo os partidos fazerem seus acertos.
Em relação às emendas, o governo poderia fazer o corte proporcional ao realizado nas demais despesas do Executivo. Mas decidiu poupar os recursos. Os parlamentares saíram satisfeitos e esperançosos de que a reunião com o governo melhore.
—O resultado vai ser positivo. O presidente escutou os líderes, quebrou o gelo — afirmou o líder do MDB, Baleia Rossi (SP).
— O presidente mais ouviu. Ficou rouco de ouvir — disse José Nelto (Pode/GO).
No encontro, também ficou decidido que o ex-deputado Leonardo Quintão não vai fazer da articulação política.
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