DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Para ele, governo boliviano faz "corpo mole"; ministro de Evo reage e pede provas a tucano
Para ele, governo boliviano faz "corpo mole"; ministro de Evo reage e pede provas a tucano
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, afirmou ontem que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil. Durante entrevista em um programa de rádio no Rio, o tucano disse que o governo brasileiro precisa "enfrentar" essa questão. Depois do programa, quando questionado por jornalistas, Serra afirmou ainda que o governo boliviano faz "corpo mole" ao deixar que "de 80% a 90% da cocaína que entra no Brasil venha "via Bolívia".
O ministro da Presidência de Evo Morales, Oscar Coca, reagiu às declarações. "Ele não tem nada que falar. Se possui provas, que as mostre, senão o cúmplice é ele", afirmou o boliviano. O pré-candidato disse que não fez uma acusação, mas "uma análise" sobre a suposta conivência do governo do país vizinho com o tráfico. Segundo ele, a sua fala não suscita motivo para um incidente diplomático.Serra defendeu maior atuação da União na área da segurança, atualmente uma tarefa dos Estados.
Governo Evo é "cúmplice" do narcotráfico, diz Serra
Para tucano, Bolívia faz "corpo mole" no combate à exportação de cocaína
Ministro boliviano reage às declarações e desafia pré-candidato a mostrar provas do que sabe e fazer denúncia formal
Sergio Torres
DO RIO
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse ontem no Rio que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil.
Serra disse isso em entrevista ao programa "Se Liga, Brasil", de Roberto Canázio, na rádio Globo, quando falava sobre a ideia de criar um Ministério da Segurança Pública caso ele seja eleito sucessor do presidente Lula.
"A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso. Quem tem que enfrentar essa questão? O governo federal."
Depois do programa, questionado pelos jornalistas, o pré-candidato do PSDB afirmou que o governo boliviano faz "corpo mole" ao permitir que, "de 80%, 90%" da cocaína que entra no Brasil venha "via Bolívia".
CORPO MOLE
"Você acha que poderia entrar toda essa cocaína no Brasil sem que o governo boliviano fizesse, pelo menos, corpo mole? Eu acho que não", disse Serra, que definiu a afirmação sobre a suposta conivência do governo de Evo Morales com o tráfico de drogas como "uma análise", não uma acusação.
Para Serra, o que afirmou sobre a Bolívia não é motivo para um incidente diplomático: "Por quê? A melhor coisa diplomática é o governo da Bolívia passar a combater ativamente a entrada de cocaína no Brasil, não apenas o Brasil combater", afirmou.
A necessidade de o Brasil combater o narcotráfico nas fronteiras foi citada pelo tucano como uma das razões para criar um ministério para a área de segurança. "Estou falando de coisas que nós podemos fazer. Com relação ao governo boliviano, nós não podemos obrigar. Estou apenas registrando isso", disse.
O ministro da Presidência da Bolívia, Oscar Coca Antezana, reagiu às declarações. "Isso não me parece correto, cabível. Se ele [Serra] sabe algo, que diga o que sabe e siga os trâmites legais para fazer a denúncia. Se não fizer, ele é que é o cúmplice", afirmou o ministro boliviano.
"Em nossas cadeias há narcotraficantes brasileiros. Mas eu vou opinar sobre isso?", disse.
CONSTITUIÇÃO
Serra disse que, caso eleito, poderá propor mudanças na Constituição para que a União amplie sua responsabilidade na área de segurança, hoje tarefa dos Estados. "Se for necessário, a gente altera a Constituição e põe como responsabilidade compartilhada. Para a família brasileira quais são as duas coisas mais importantes para a vida: a segurança e a saúde.
Não acredito que alguém se oponha a isso", declarou. Após a entrevista, o ex-governador tucano circulou pelo centro do Rio, abraçou pedestres, apertou mãos e ouviu aplausos e gritos com os nomes das adversárias na sucessão Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV).
De metrô, partiu da estação Largo do Machado e voltou para a Glória, onde conversou com o cardeal dom Orani Tempesta por 40 minutos, na Arquidiocese do Rio.
Colaborou FLÁVIA MARREIRO, de Bogotá
Governo Evo é "cúmplice" do narcotráfico, diz Serra
Para tucano, Bolívia faz "corpo mole" no combate à exportação de cocaína
Ministro boliviano reage às declarações e desafia pré-candidato a mostrar provas do que sabe e fazer denúncia formal
Sergio Torres
DO RIO
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, disse ontem no Rio que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de cocaína para o Brasil.
Serra disse isso em entrevista ao programa "Se Liga, Brasil", de Roberto Canázio, na rádio Globo, quando falava sobre a ideia de criar um Ministério da Segurança Pública caso ele seja eleito sucessor do presidente Lula.
"A cocaína vem de 80% a 90% da Bolívia, que é um governo amigo, não é? Você acha que a Bolívia iria exportar 90% da cocaína consumida no Brasil sem que o governo de lá fosse cúmplice? Impossível. O governo boliviano é cúmplice disso. Quem tem que enfrentar essa questão? O governo federal."
Depois do programa, questionado pelos jornalistas, o pré-candidato do PSDB afirmou que o governo boliviano faz "corpo mole" ao permitir que, "de 80%, 90%" da cocaína que entra no Brasil venha "via Bolívia".
CORPO MOLE
"Você acha que poderia entrar toda essa cocaína no Brasil sem que o governo boliviano fizesse, pelo menos, corpo mole? Eu acho que não", disse Serra, que definiu a afirmação sobre a suposta conivência do governo de Evo Morales com o tráfico de drogas como "uma análise", não uma acusação.
Para Serra, o que afirmou sobre a Bolívia não é motivo para um incidente diplomático: "Por quê? A melhor coisa diplomática é o governo da Bolívia passar a combater ativamente a entrada de cocaína no Brasil, não apenas o Brasil combater", afirmou.
A necessidade de o Brasil combater o narcotráfico nas fronteiras foi citada pelo tucano como uma das razões para criar um ministério para a área de segurança. "Estou falando de coisas que nós podemos fazer. Com relação ao governo boliviano, nós não podemos obrigar. Estou apenas registrando isso", disse.
O ministro da Presidência da Bolívia, Oscar Coca Antezana, reagiu às declarações. "Isso não me parece correto, cabível. Se ele [Serra] sabe algo, que diga o que sabe e siga os trâmites legais para fazer a denúncia. Se não fizer, ele é que é o cúmplice", afirmou o ministro boliviano.
"Em nossas cadeias há narcotraficantes brasileiros. Mas eu vou opinar sobre isso?", disse.
CONSTITUIÇÃO
Serra disse que, caso eleito, poderá propor mudanças na Constituição para que a União amplie sua responsabilidade na área de segurança, hoje tarefa dos Estados. "Se for necessário, a gente altera a Constituição e põe como responsabilidade compartilhada. Para a família brasileira quais são as duas coisas mais importantes para a vida: a segurança e a saúde.
Não acredito que alguém se oponha a isso", declarou. Após a entrevista, o ex-governador tucano circulou pelo centro do Rio, abraçou pedestres, apertou mãos e ouviu aplausos e gritos com os nomes das adversárias na sucessão Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV).
De metrô, partiu da estação Largo do Machado e voltou para a Glória, onde conversou com o cardeal dom Orani Tempesta por 40 minutos, na Arquidiocese do Rio.
Colaborou FLÁVIA MARREIRO, de Bogotá
2 comentários:
essa é a política externa a ser adotada pelo Serra, se eleito(toc..toc...toc...)?
Nunca pensei que o Serra pudesse fazer um comentário desses, que tipo de presidente ele pretende ser?
Postar um comentário