Simone Iglesias e Maria Clara Cabral
BRASÍLIA - Em um ano e dois meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff ganhou fama de ser uma governante avessa aos contatos políticos tradicionais de Brasília. Sua agenda oficial corrobora a tese.
Até agora, ela realizou apenas 11 encontros políticos registrados em agenda. Segundo registros oficiais, só 2 dos 594 congressistas foram recebidos individualmente, o deputado João Paulo e o senador Humberto Costa, do PT pernambucano.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, também teve privilégio na agenda -quatro reuniões.
Os outros encontros ocorreram com bancadas e, na maioria, pautados pela crise que deu início a trocas de ministros por suspeitas de corrupção, a partir de maio. Foram três reuniões com líderes da base no Congresso e cinco com as bancadas de PT, PMDB, PTB, PR e PV.
Estão fora do cômputo as reuniões de coordenação no Planalto e as do Conselho Político, que incluem líderes dos partidos aliados e ministros.
Já o ex-presidente Lula, em seus primeiros 14 meses de governo, realizou 27 encontros políticos oficiais.
O tratamento distante dispensado por Dilma incomoda grande parte dos partidos aliados, que hoje somam 16.
Na opinião do dirigente de um desses partidos, a falta de tato político dela pode resultar, numa eventual crise, no abandono das legendas ao governo exatamente por não ter feito "um colchão" para protegê-la.
As reclamações já chegaram ao ouvido da presidente. Na última reunião do Conselho Político, dia 14, Dilma prometeu se reunir a partir de março com as bancadas, em grupos de deputados e senadores menores para poder fazer uma aproximação.
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
Nenhum comentário:
Postar um comentário