Trabalho de investigação será interrompido por uma semana por conta da Rio+20
Jailton de Carvalho
BRASÍLIA. Um dia depois da recusa à convocação de Fernando Cavendish, ex-presidente da Delta, o presidente da CPI do Cachoeira, Vital do Rêgo (PMDB-PB), anunciou ontem a suspensão das sessões na próxima semana devido à Rio+20. A folga poderá atrasar mais os trabalhos da comissão. Criada em abril, a CPI tem sido prejudicada pelas brigas entre partidos e pela falta de documentos importantes que só nos últimos dias começaram a chegar.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a CPI sabe o que deveria fazer para aprofundar as investigações sobre os negócios do bicheiro Carlinhos Cachoeira com a Delta. Mas não quer ir adiante porque tem receio das consequências.
- A CPI sabe qual é o rumo que deve seguir, mas não quer chegar lá. É como uma pessoa que vai para o aeroporto pegar um avião, mas não desce do carro porque tem medo de voar - afirma Randolfe.
O senador integra o bloco dos "independentes", no qual perfilam os deputados Miro Teixeira (PDT-RJ) e Rubens Bueno (PPS-PR) e o senador Pedro Taques (PDT-MT). Mas o grupo é minoritário e não tem votos suficientes para mudar o curso da comissão. Segundo Randolfe, a estratégia de agora em diante será fazer propostas importantes e deixar que o bloco anti-investigação se desgaste, como aconteceu na recusa às convocações de Cavendish e do ex-diretor do Dnit Luiz Antônio Pagot.
- Os documentos estão chegando. Alguns foram divulgados e geraram requerimentos. Na análise dos sigilos bancário, fiscal e telefônico, a comissão vai encontrando o seu caminho - afirmou Rubens Bueno.
FONTE: O GLOBO
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