Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA - Às vésperas de mais uma edição temática em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial, criado pela esquerda para se contrapor ao Fórum Econômico de Davos, está em crise.
Uma disputa interna por espaço levou entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) a se retirarem da organização e outras, como o Movimento dos Sem Terra, a ignorarem sua realização. Os críticos afirmam que o fórum vive um processo de “institucionalização” e está sendo apropriado pela prefeitura da capital gaúcha, comandada pelo pedetista José Fortunati.
Reclamam também que empresários agora participam das discussões. A crise na edição que começa no próximo dia 26 é mais um sinal do enfraquecimento de um encontro que já mobilizou até presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, da Venezuela. “A CUT adotou a posição pública de não participar desta edição temática.
Houve uma descaracterização do fórum, uma intromissão de pessoas que não tem tradição, e não achamos legítimas algumas atitudes”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nestolo.
A Central reclama que a edição temática não estava prevista para este ano, já que a grande reunião do Fórum Social Mundial acontece em março, na Tunísia. Os fóruns temáticos deve-riam ser realizados em anos pares, descentralizadamente.
No entanto, a ideia de fazer um encontro sobre democracia foi apoiada pelo criador do Fórum, o empresário Oded Grajew, que levará a Porto Alegre oficinas sobre cidades sustentáveis.
“Uma das características do Fórum é a auto-organização. Abre-se espaço para que as organizações façam suas atividades, não tem ninguém que organiza ou controla e participa quem quiser”, afirmou
Fonte: O Estado de S. Paulo
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