SÃO PAULO - A revista britânica The Economist voltou a criticar o Brasil pela condução da política econômica do governo federal em artigo intitulado Wrong Numbers (Números Errados, em tradução livre) da edição impressa desta semana. A publicação destaca os percalços dos últimos meses que o País vem enfrentando: resultado decepcionante do PIB no terceiro trimestre de 2012, manobras contábeis para alcançar a meta do superávit primário e a aceleração da inflação nos últimos meses - que fez o governo agir de forma heterodoxa para tentar frear a pressão inflacionária.Para os brasileiros, as notícias econômicas decepcionantes não param de chegar, começa o artigo. Ele diz que, criticada, a presidente Dilma Rousseff tem ressaltado que o Brasil está crescendo mais rápido do que a Europa. "Isso é verdade", diz a The Economist, mas a maioria das outras economias emergentes, incluindo na América Latina, estão fazendo muito melhor.
A revista diz que os fracos números do PIB do terceiro trimestre chocaram economistas de mercado e o governo, que o governo só atingiu sua meta para o superávit primário com uma contabilidade criativa - omitindo algumas despesas de infraestrutura, antecipando dividendos de estatais e resgatando o fundo soberano - e que a inflação alta tem trazido mais melancolia.
"Se o governo federal não tivesse segurado os preços da gasolina e os municípios não tivessem congelado o reajuste das tarifas de transporte público devido às eleições de outubro, o número do ano passado (da inflação) teria sido mais próximo de 6,5% [teto da meta fixada pelo ", diz a The Economist.
Ela ressalta que a falsificação da meta fiscal desaponta, mas não surpreende, citando a troca de títulos entre o Tesouro e a Petrobras em 2010 - que magicamente adicionou 0,9 ponto percentual do PIB à meta fiscal. "O Brasil poderia provavelmente fazer um superávit primário menor sem arriscar a sua reputação duramente conquistada pela sobriedade fiscal", diz o artigo. A The Economist ressalta que o governo tem tentado melhorar a competitividade do Brasil, mas com medidas fragmentadas como o corte de impostos na folha de pagamento das empresas.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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