sexta-feira, 15 de março de 2013

No RJ, Eduardo volta a bater na economia

Em evento com empresários, governador critica desempenho da economia, fala em "união dos brasileiros" para vencer os desafios, mas deixa de lado a polêmica dos royalties

RIO - Em discurso na Confederação Nacional do Comércio (CNC), o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, fez ontem, críticas ao desempenho da economia brasileira e à falta de interesse político para resolver questões relativas ao setor terciário no País. Sem condenar, explicitamente, a política econômica da presidente Dilma Rousseff, Campos afirmou que "é preciso unir os brasileiros" para discutir como agir para a economia voltar a crescer em todos os setores."Temos o desafio de pensar o Brasil estrategicamente, tivemos um 2011 pior que 2010 e um 2012 pior que 2011. Os Estados Unidos sofreram com a crise financeira de 2008 e cresceram mais do que o dobro que o Brasil no ano passado", afirmou. Ele falou por cerca de dez minutos e foi muito aplaudido pela plateia, formada por empresários do segmento de comércio e serviços. Entre as mesas, comentava-se a possível candidatura de Campos a presidente. O governador evitou, no entanto, na fala, entrar em temas mais polêmicos, como a questão dos royalties do petróleo.

Apontado como principal articulador da alteração da lei que redistribui as importâncias pagas pelas compensações da exploração do petróleo, Campos tenta um acordo entre Estados produtores e não produtores. Rio e Espírito Santo anunciaram que entrarão no Supremo Tribunal Federal (STF) com ações para derrubar as mudanças no pagamento, pois alegam que foram prejudicados.

Campos negou que sua nova proposta seja eleitoreira (ver matéria abaixo). Mas o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), afirmou que a proposta de nova negociação pela redistribuição dos royalties é tardia. Ele afirmou que o Estado vai levar a questão ao STF.

"É lamentável que a proposta venha agora que os vetos já foram derrubados. A gente tem certeza que nosso direito é forte", disse Pezão. Para ele, a negociação tem poucas chances de prosperar, já que o veto da presidente, que impedia as mudanças na distribuição dos royalties, foi derrubado pelo Congresso Nacional.

O Estado decidiu questionar no Supremo toda a lei que trata da redistribuição de royalties, e não apenas os pontos que se referem aos blocos já licitados. Para Pezão, a iniciativa de Campos é resultado do temor de uma derrota no STF.

"Acho que eles estão vendo o erro que foi cometido. O governador Sérgio Cabral (PMDB) desde o primeiro momento se colocou à disposição para negociar, de ceder o futuro. Mas sempre colocando que se mexer na nossa receita atual era impossível ter entendimento", declarou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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