Sigla que seria criada era opção para tucano disputar a Presidência
SÃO PAULO - Em convenção extraordinária realizada no domingo, o PMN formalizou a desistência da fusão com o PPS, processo que daria origem à MD (Mobilização Democrática).
A nova sigla era a principal alternativa estudada pelo ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) para concorrer à Presidência em 2014.
O PMN justificou a desistência afirmando que não poderia ficar "parado" aguardando a definição de políticos que cogitam ingressar no novo partido. "Não posso mexer na vida de tanta gente ao anunciar a fusão e ficar dependendo da posição de alguém", diz Telma Ribeiro dos Santos, secretária nacional.
Serra hoje enfrenta dificuldades para se viabilizar novamente candidato pelo PSDB, que deve laçar o senador mineiro Aécio Neves para disputar a sucessão de Dilma Rousseff no Planalto.
O processo de fusão com o PMN era articulado pelo presidente do PPS, o deputado Roberto Freire (SP), que é amigo de Serra e já tinha feito o convite para o ingresso do tucano na nova sigla.
Para o PPS, a fusão era considerada essencial para fortalecer a sigla. Isso porque, com a criação de uma nova legenda, parlamentares poderiam mudar de partido sem risco de perder o mandato. A expectativa era que tucanos aliados de Serra o seguissem na mudança de partido.
Freire diz que o convite para Serra se mantém, mesmo sem a fusão. Sem a união, no entanto, políticos que acompanhem Serra em eventual migração para o PPS correm o risco de perder o mandato, o que deve inibir mudanças.
A aproximação com Serra não é unanimidade no PPS. Nomes do partido como o vereador paulistano Ricardo Young defendem contato maior com a ex-senadora Marina Silva, que tenta formar seu partido, Rede, a tempo de disputar o Planalto em 2014.
"Com o descarte da fusão, há uma questão estratégica colocada. Ou o PPS vai se alinhar no campo da Rede ou vais retroceder na decisão anterior de não se alinhar mais com o PSDB", diz Young.
Fonte: Folha de S. Paulo
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