Tucano conversa com PV, PSD e PTB sobre candidatura à Presidência
Gustavo Uribe
Costura política. Serra negocia apoios e pode mudar de partido este ano
SÃO PAULO - Sem espaço para disputar a sucessão ao Palácio do Planalto em 2014 pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra tem sondado dirigentes de siglas como PV, PSD e PTB sobre a possibilidade de alianças para uma eventual candidatura presidencial. Segundo líderes partidários com os quais o tucano conversou nos últimos dias, ele tem demonstrado animação e interesse pelo cenário eleitoral do ano que vem e não descarta a chance de deixar o PSDB para a disputa nacional.
O fracasso da fusão entre PPS e PMN, para a formação do MD, frustrou as perspectivas de se criar uma janela, na Lei de Fidelidade Partidária, para políticos da base aliada insatisfeitos com o governo da presidente Dilma Rousseff. Isso, porém, não acabou com a possibilidade de uma eventual filiação de Serra ao PPS. Ele tem conversado regularmente com os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PSD, Gilberto Kassab; na última semana, almoçou com o presidente nacional do PV, José Luiz Penna. Um encontro com líderes do PTB em São Paulo é esperado para a próxima semana.
- Ele (Serra) disse que ainda não tem horizonte definido, mas observou com interesse o quadro nacional. Estava animado com possibilidades para 2014 - disse Penna.
PSD não decidiu quem apoiará
No PSDB, a avaliação é a de que Serra só se filiará ao PPS se tiver a certeza do apoio do PSD para uma eventual candidatura à Presidência. O partido do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, ainda que esteja à frente da indicação na Secretaria da Micro e Pequena Empresa, não declarou oficialmente apoio à candidatura de Dilma à reeleição. A chance de o PSD apoiar Serra, na avaliação de líderes nacionais do próprio partido, não é descartada. No entanto, é considerada pequena, mesmo com a perspectiva de queda do desempenho do atual governo nas recentes pesquisas de intenções de voto.
- Até o momento, o nosso apoio à presidente Dilma está fechado, está sacramentado. Não há no partido nenhuma discussão em torno de um outro apoio - disse o secretário-geral do PSD, Saulo Queiroz.
Presença maior em público
Caso continue no PSDB, o ex-governador de São Paulo tem duas opções eleitorais para o ano que vem: a Câmara dos Deputados ou o Senado. Em conversas reservadas, Serra tem recusado essas duas alternativas. Com o naufrágio do MD, o comando tucano considera pouco provável que o ex-governador se arrisque em um voo solo no PPS. Sem uma janela na Lei de Fidelidade Partidária, o diagnóstico é o de que poucos parlamentares colocariam em risco o seu mandato para acompanhar o tucano, o que enfraqueceria uma eventual candidatura ao Palácio do Planalto em 2014.
A avaliação de aliados de Serra é a de que, no atual cenário eleitoral, com a queda da popularidade de Dilma, o ex-governador pode se tornar a principal voz de oposição ao governo federal e, assim, colher dividendos eleitorais. Nesse sentido, além de manter conversas com dirigentes de eventuais siglas aliadas, o tucano tem intensificado aparições públicas.
Semana passada, participou de evento na sede do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Bauru. Amanhã, participa de debate sobre política econômica na AGO Associados
Fonte: O Globo
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