sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Economista do governo FHC rebate Lula: 'por que não te calas?'

Ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco reage às críticas do petista à política econômica de seu antecessor

José Roberto Castro

SÃO PAULO - A passagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por Brasília e suas críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso tiveram repercussão em setores da oposição. Ex-presidente do Banco Central de FHC, o economista Gustavo Franco rebateu o petista em sua conta no Facebook dizendo que a "estabilização não foi feita por Lula, mas apesar dele". "Por que não te calas?", escreveu Franco, parodiando o conselho do rei Juan Carlos da Espanha ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez.

Segundo Franco, integrante da equipe que elaborou o Plano Real, a nova moeda foi "sabotada" por Lula e pelo PT. Sobre a estabilização da moeda e o tripé macroeconômico, o economista disse que Lula pratica "apropriação indébita". "O País se tranquilizou quanto à economia quando ele, Lula, adotou as políticas macroeconômicas de FHC, que sempre atacou. A partir daí fala da estabilização e do tripé como se tivesse sido ele o inventor", escreveu.

Em entrevista nessa quarta-feira, 30, após a cerimônia de comemoração dos dez anos do Bolsa Família, Lula disse que "o Brasil tem hoje mais estabilidade que quando nós entramos". O comentário foi feito em resposta a comentários da ex-ministra Marina Silva contra o governo federal. Segundo o petista, a política cambial do governo Fernando Henrique "quebrou o Brasil três vezes" em 1998. O principal fiador desta política cambial na época era o então presidente do BC, Gustavo Franco.

Franco chamou Lula de "falastrão" e rebateu a crítica à política fiscal dizendo que o País não quebrou, mas sim fez um acordo com o FMI. "Se isso é quebrar, ele Lula também esteve quebrado durante boa parte do seu governo", escreveu. "A política cambial de 1994-98, tão fundamental para o sucesso da estabilização, nada teve que ver com a crise, que vem de fora, como a de 2008", comentou.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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