Tucano defendeu legado de Fernando Henrique Cardoso e ironizou o fato de Lula ter dado continuidade à política econômica do PSDB
Erich Decat e Débora Alvares
BRASÍLIA - O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), rebateu nesta quinta-feira as declarações do ex-presidente Lula de que no governo de Fernando Henrique Cardoso o País teria quebrado e criado um ambiente de insegurança para os brasileiros. Em resposta, sugeriu que o petista não "brigue" com a história.
"O presidente Lula tem que parar de brigar com a história. Se não houvesse o governo do Fernando Henrique, com a estabilidade econômica, com a modernização da economia, não teria havido sequer o governo do presidente Lula", afirmou Aécio Neves, que participa hoje de um evento do PSDB do Distrito Federal.
Após evento em comemoração aos dez anos do Bolsa Família realizado na quarta em Brasília, Lula disse a jornalistas que tinha herdado de Fernando Henrique Cardoso um país muito "inseguro " e com nenhuma estabilidade na área econômica.
Para o senador Aécio Neves, potencial candidato à Presidência da República em 2014, as reações de Lula demonstram falta de serenidade. "Essas últimas aparições e falas do presidente Lula não são de quem está sereno, de quem está confiante. Não há como brigar com a realidade", afirmou.
Em tom irônico, o tucano considerou ainda que entre as virtudes do ex-presidente Lula estava a de dar continuidade nos programas sociais criados na gestão FHC e na área econômica. "O presidente Lula teve duas importantes virtudes no seu governo, quando ele dá sequência e amplia os programas sociais e quando, contrariando o discurso de sua campanha, mantém a política macroeconômica do governo anterior, aquilo que nós chamamos de tripé macroeconômico", disse. "Portanto é uma bobagem. Ele esqueceu o que vem antes dele. Acho que é uma demonstração de fragilidade e de grande incoerência", acrescentou.
Campanha. Em um segundo momento, Aécio também focou suas críticas à presidente Dilma Rousseff. Para Aécio, a presidente fez um ato de campanha ao realizar ontem o evento dos dez anos do Bolsa Família. "A presidente não tem uma agenda de presidente, tem uma agenda de candidata. Os brasileiros pagaram, porque foi feito com dinheiro público, um ato de campanha eleitoral. Nada havia ali de governo, mas ao custo do governo", afirmou.
Para o tucano, os atos realizados pela presidente também demonstram "ansiedade" por parte do PT em relação à campanha presidencial de 2014. "Vejo o PT hoje muito ansioso e aflito duvidando das condições da presidente da República, que acho que não são boas. Se alguém tem hoje efetivamente um conflito interno é o PT", disse o senador.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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