• Presidente diz à ‘Época’ que missão mais urgente é arrumar economia
- O Globo
O presidente interino, Michel Temer (PMDB), afirmou que pretende colocar o país nos trilhos, mas admitiu ser impossível fazer milagres em dois anos, caso o afastamento da presidente Dilma Rousseff seja definitivo. Em entrevista à revista “Época”, a primeira feita à imprensa desde que assumiu o cargo, Temer estabeleceu quatro prioridades para seu governo: melhorar a economia, restaurar a relação com o Congresso, equilibrar a relação entre União e estado e mudar a cultura política do país.
O presidente disse reconhecer que tem diante de si um grande desafio e que “ainda não caiu a ficha" de que é “de fato o responsável por tirar o país de uma das mais graves crises do país".
— Quero, com a ajuda de todos, botar o país nos trilhos nesses dois anos e sete meses. Quero que, ao deixar a Presidência, olhem para mim e digam ao menos: ‘Esse sujeito arrumou o país — disse Temer à revista, sem deixar de lado o tom realista:
— Não vou fazer milagres em dois anos.
Assim como em seu primeiro pronunciamento, durante a posse dos novos ministros, na quinta-feira, o presidente interino deixou claro que a economia é a sua maior prioridade.
— Primeiro e mais urgente, é claro, arrumar o que está mais desarrumado: a economia — disse o presidente.
Michel Temer afirmou que tem plena confiança em Henrique Meirelles, ministro da Fazenda, e em sua equipe:
— Eles terão autonomia para fazer os ajustes necessários e transmitir a confiança que perdemos.
Outra meta, a de melhorar a relação do Planalto com o Congresso, é considerada essencial pelo presidente.
— Fui presidente da Câmara por três vezes e sei bem o quanto é necessário ter diálogo com os parlamentares e manter o respeito pelas ideias diferentes — explicou.
Com relação ao terceiro ponto, o de equilibrar a relação entre a União e os estados, Temer ressaltou a importância de “recompor o pacto federativo para que tenhamos uma verdadeira federação”.
Mudar a cultura política do país é a sua quarta prioridade.
— Ninguém mais lê a Constituição. Digo isso no sentido de que há um desrespeito profundo pelas leias e pelas instituições — declarou.
Na entrevista, Temer reconheceu que enfrentará dias difíceis, mas que confia na sua equipe para vencer os desafios.
— Não é porque é impossível fazer milagres que não se devem estabelecer metas ambiciosas, como as que delineei. É possível fazer muito, não tenho dúvida. E se não houver ambição, qual o propósito de se tentar?
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