Sérgio Rangel – Folha de S. Paulo
RIO DE JANEIRO - Em abril de 2013, o então vice-governador Luiz Fernando Pezão entrou no "recém-pacificado" Jacarezinho prometendo a construção de 2.240 apartamentos do Minha Casa, Minha Vida em terrenos desapropriados pelo Estado na região.
Ele conversou com moradores de uma das áreas mais miseráveis do Rio e disse que pagaria aluguel social a centenas deles até os prédios ficarem prontos. Quase todos deixaram seus casebres.
Na última sexta (4), quatro dias após retomar o cargo, o governador Pezão anunciou mais um pacote "para equilibrar as finanças do Estado". As medidas foram chamadas nas ruas de "pacote da maldade".
O arrocho não atinge os grandes devedores e as propostas anticorrupção também foram esquecidas.
Já o pessoal do Jacarezinho e milhares de fluminenses de 15 municípios (o número certo é 9.640 famílias), que recebem de R$ 400 a R$ 650 por mês, foram avisados que o aluguel social acaba em junho.
Sem a casa nova e sem o benefício, que já estava atrasado há dois meses, eles temem ser desalojados mais uma vez.
Os servidores aposentados que recebem abaixo de R$ 5.189,82 também estão assustados com o novo pacote. Isentos até então, eles terão que descontar 30% dos vencimentos para a Previdência estadual por pelo menos 16 meses.
Enquanto isso, Pezão não deixou a crise chegar perto do herdeiro político do seu criador, o ex-governador Sérgio Cabral.
Na sexta, ele cortou oito secretarias, mas preservou a de Marco Antônio Cabral. O deputado federal de 25 anos vai continuar no comando da secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. Eleito com a campanha de deputado mais cara do RJ (gastou R$ 6,7 milhões em 2014, superando até Eduardo Cunha), Cabralzinho não deve ficar desabrigado na "casa" que o próprio pai ajudou a ruir.
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