O resgate de Julius Martov, o rival no Partido Operário Social Democrata Russo de Vladimir Lenin, líder da Revolução Russa. É a proposta do e-book Lenin, Martov, a Revolução Russa e o Brasil, do jornalista e cartunista Cláudio de Oliveira.
Dividido em seis breves capítulos, a obra defende que as posições de Martov indicavam a possibilidade de uma alternativa democrática e socialista à ditadura comunista implantada na Rússia a partir de novembro de 1917.
Mostra um plano de Martov apresentado em 1919. Sugere que tal programa foi a base da Nova Política Econômica, implementada por Lenin em 1921 em substituição ao “comunismo de guerra”, estabelecendo uma economia mista na União Soviética. A NEP tirou o país da crise, mas foi abandonada por Josef Stalin em 1928. Ela serviu de inspiração para as reformas na China, propostas por Deng Xiaoping a partir de 1978.
Exilado na Alemanha, em 1921, Martov se juntou ao tcheco-alemão Karl Kaustky e ao austríaco Otto Bauer para a fundação da Internacional de Viena, que buscava um terceira via entre o comunismo e a socialdemocracia. Suas ideias influenciaram mais tarde o Estado do Bem-Estar Social na Suécia e os eurocomunistas.
O livro narra o aprofundamento da divisão entre comunistas e socialdemocratas após a Revolução Alemã de 1918, fato que favoreceu à vitória do nazismo em 1932. Traz ainda a participação das mulheres na Revolução Russa na trajetória de quatro militantes: Alexandra Kollontai, Nadezhda Krupskaia, Lydia Dan e Eva Broido.
Conclui com a influência da revolução bolchevique no Brasil, resultando na fundação do Partido Comunista, em 1922. Porém, em 1930, o PCB sofreu intervenção da Internacional Comunista e seu líder, Astrojildo Pereira, foi expulso sob a acusação de “menchevismo martovista” por se aliar a socialistas e liberais contra a Velha República.
A obra é um resgate didático para quem deseja conhecer um pouco da história da esquerda mundial e brasileira.
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