Valor Econômico
O principal contraponto deste 7 de Setembro
em relação à comemoração do ano passado foi a recuperação do ambiente de
normalidade institucional, o respeito à democracia e a retomada do caráter
cívico-militar, que a gestão anterior havia convertido em atos
político-partidários.
Com esquema de segurança reforçado em decorrência dos atos de vandalismo de 8 de janeiro, não houve multidão nas ruas como no passado com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas famílias compareceram usando verde e amarelo num clima de tranquilidade e festa democrática.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu no palanque chefes de Poderes que nos anos anteriores não compareceram ao ato devido à crise institucional. Estavam ao lado de Lula a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além de outras autoridades civis e dos três comandantes das Forças: general Tomás Miguel Paiva (Exército), almirante Marcos Olsen (Marinha) e tenente-brigadeiro Marcelo Damasceno.
A escalada das agressões de Bolsonaro às
instituições afastou os chefes de outros Poderes da celebração nos anos
anteriores. No ano passado, em meio a milhares de apoiadores, Bolsonaro puxou
um coro de “imbrochável”. Em 2021, Bolsonaro declarou que não cumpriria
decisões do STF, e chamou o ministro Alexandre de Moraes de “canalha”.
Ainda em 2022, Bolsonaro acomodou ao seu
lado no palanque o empresário Luciano Hang, da Havan. Semanas antes, Hang havia
sido alvo de operação da Polícia Federal pela suspeita de defender um golpe de
Estado em conversa com outros empresários num grupo de Whatsapp.
Desde 2021, em meio aos ataques
bolsonaristas às instituições, o 7 de Setembro ocorria travestido de festa
bolsonarista. Naquele ano, caminhões e manifestantes à pé invadiram a Esplanada
na noite de 6 de setembro, gerando ceio de depredação da sede do STF - receio
concretizado meses depois, em janeiro de 2023.
É o contraponto institucional que distingue a celebração deste ano, na linha do pronunciamento de Lula em rede nacional de rádio e televisão, no qual ele exaltou a democracia, a soberania e a união do país. Lula não mencionou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A justificativa é que a resposta aos atentados se materializou na festa deste ano, em clima de democracia e paz institucional.
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