No canteiro da Transnordestina, operários da Odebrecht não tinham sequer água potável
RECIFE. Considerada uma das duas principais obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Nordeste, a ferrovia Transnordestina está sendo construída com uma série de irregularidades trabalhistas. Segundo o Ministério Público do Trabalho, nos canteiros de obras, em Pernambuco, faltam de água potável a equipamentos de proteção. Auditores do Ministério do Trabalho aplicaram 15 autuações contra a Odebrecht, principal empreiteira da ferrovia. Acidentes de trabalho na obra já provocaram três mortes.
Segundo o procurador Roberto Portela Mildener, os operários estão em situação "pior do que o gado". Entre as violações estão jornadas excessivas, horas extras não pagas e um livro de ponto assinado antecipadamente.
Em um dos autos de infração, a Odebrecht vai ter de pagar R$3,5 milhões em débitos salariais a 1 mil 200 operários. A empreiteira disse que vai prestar esclarecimentos ao órgão responsável no prazo estabelecido (10 dias). Dos 1.728 quilômetros da Transnordestina, a Odebrecht executará 1.200. A obra prevê investimentos de R$5,4 bilhões.
FONTE: O GLOBO
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