A reeleição de Barack Obama em 2012 começa a sair cara. Já custou a morte de Osama Bin Laden, não exatamente dentro de pa drões da civilidade internacional, passou pelo apoio decisivo de EUA, França e Otan aos revoltosos líbios, que afinal trucidaram o sanguinário Muammar Gaddafi, e chega agora ao fim da guerra do Iraque. Fim em termos, porque a guerra lá continua. Fim da invasão americana.
Depois de oito anos e US$ 1 trilhão desperdiçados, os EUA saem do Iraque como quem não quer nada, dando um adeuzinho a uma terra devastada e sem rumo.
Invadiram o país com George W. Bush sob pretextos hoje considerados até indecentes. Ao sair, com Obama, deixam um rastro de destruição, mortes dos dois lados, inclusive de civis, e total falta de perspectiva. Um desastre sob todos os aspectos, mas com o trunfo de Saddam Hussein enforcado.
A campanha de Obama à reeleição, porém, precisa mais do que cadáveres emblemáticos, gestos grandiosos e declarações grandiloquentes sobre questões internacionais e de defesa (ou de ataque...).
São fatores de fato poderosos para os americanos, mas estão esgotados para 2012. Obama precisa agora fazer ajustes na economia, criar condições de emprego e dar sinais de eficiência política nas negociações com o Congresso para reconquistar a confiança interna.
Em comum, Obama e Cristina Kirchner, que se reelege fácil hoje, têm a falta de adversários. Nos EUA, o republicano Mitt Romney não dá para o gasto. Na Argentina, a oposição se pulverizou.
Dadas as devidas proporções, Cristina serve para Obama como confirmação de uma regra básica em política e em eleições. Ela saiu de uma aprovação pífia (de quando o marido e antecessor Néstor morreu) para uma vitória que deve ser por bem mais de 50%. Por quê? É a economia, estúpido!
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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