Exilados têm pressionado presidente a se manifestar sobre tema
Márcio Falcão
BRASÍLIA - A morte do dissidente cubano Wilman Villar na semana passada não deve causar constrangimentos à visita da presidente Dilma Rousseff à ilha, no fim do mês.
Interlocutores da presidente dizem que Dilma deve se distanciar do episódio, mais um momento delicado em relação aos diretos humanos em Cuba. Uma das características da petista em suas viagens internacionais tem sido evitar tratar de questões internas dos anfitriões.
A Folha publicou ontem o pedido de exilados para que Dilma se refira aos direitos humanos em sua viagem a Cuba.
"Que ela vá a Cuba, desde que diga o que deve ser dito", disse Elena Larrinaga, presidente do Observatório Cubano de Direitos Humanos.
Villar morreu de infecção generalizada e pneumonia após mais de 50 dias sem comer, na quinta-feira.
O episódio reaviva o caso de Orlando Zapata Tamayo, dissidente que morreu em fevereiro de 2010, depois de 85 dias de greve de fome.
Tamayo era considerado "preso de consciência" pela Anistia Internacional -reconhecimento que Villar estava prestes a obter, segundo a organização não governamental- e protestava contra as condições carcerárias.
Ele morreu um dia antes de o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegar a Cuba para visita oficial e apenas "lamentar" o incidente.
No sábado, a viúva de Villar qualificou de "manipulação" a versão do governo segundo a qual ele não seria dissidente. Maritza Pelegrino disse que tentam "manchar sua imagem depois de morto".
FONTE: FOLHA DE S. PAULO
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