Ministros de Finanças da zona do euro devem votar hoje mais G 130 bilhões
BRUXELAS, ATENAS e PEQUIM - Ministros de Finanças da zona do euro devem aprovar hoje um segundo pacote de apoio econômico para a Grécia, medida que autoridades esperam
que seja suficiente para encerrar quatro meses de instabilidade social e turbulência nos mercados que abalaram Atenas. Diplomatas e economistas não esperam, porém, que o pacote resolva os problemas econômicos da Grécia, algo que pode levar uma década ou mais. A expectativa é que o pacote ajude a reestruturar a enorme dívida do país, conceda mais suporte financeiro e mantenha os gregos dentro da zona do euro.
Em teleconferência ontem, autoridades dos ministérios das Finanças da zona do euro e do Banco Central Europeu (BCE) discutiram os detalhes finais do pacote de C 130 bilhões.
Apesar do alto grau de ceticismo quanto à capacidade da Grécia de cumprir seus compromissos, como o corte de gastos de C 3,3 bilhões e a aprovação de aumentos de impostos, autoridades afirmaram ontem que a tendência é de aprovação do pacote hoje.
— No momento, a situação parece ir exatamente em direção a este caminho — disse a ministra das Finanças da Áustria, Maria Fekter.
Japão e China participarão da ajuda do FMI à Europa
Um representante da zona do euro, em contato com assessores ministeriais envolvidos na teleconferência, afirmou que, apesar de ainda haver detalhes a serem resolvidos sobre alguns números, eles não são grandes o suficientes para inviabilizar a aprovação do acordo.
Segundo o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble, a Grécia deveria aceitar ajuda da Alemanha para criar um sistema de impostos mais eficiente. Só que a Grécia vem rejeitando os pedidos alemães para a indicação de um “comissário de orçamento”, alegando que isso poderia infringir a soberania nacional.
Às vésperas da aprovação do acordo, houve manifestações ontem em Atenas, mas, ao contrário das anteriores, foram protestos pacíficos. Caso o acordo não venha a ser aprovado hoje, a Grécia pode decretar calote no próximo dia 20 de março, quando vence uma parcela de C 14,5 bilhões.
O jornal britânico “Financial Times” informou ontem, citando fontes, que a Grécia deve fazer a troca da sua dívida com credores privados entre os dias 8 e 11 de março. A operação gira em torno de C 200 bilhões.
Atendendo a pedidos do Fundo Monetário Internacional (FMI), Japão e China anunciaram ontem que estão dispostos a apoiar o fundo, mas deixaram claro que os países da zona do euro precisam fazer esforços adicionais.
O FMI está buscando angariar US$ 600 bilhões em novos recursos.
A China, que vinha apresentando resistência para liberar ajuda financeira, é vista como um país com poder de fogo para socorrer os membros da zona do euro em crise, devido aos US$ 3,2 trilhões que tem em reservas cambiais.
FONTE: O GLOBO
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