Alessandra Mello
Faltando menos de uma semana para a definição dos rumos do PT na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, ainda não há consenso na legenda sobre que caminho o partido vai seguir. O encontro que, teoricamente, tem como objetivo escolher quem será o candidato para compor a chapa de Marcio Lacerda (PSB), que disputará a reeleição. Mas o partido não se entende internamente sobre quem pode ser o candidato a vice – são muitos nomes e todos em pé de guerra pelo disputado posto –, nem sobre a coligação. A ala que defendia candidatura própria, derrotada no encontro passado, quer vetar a presença do PSDB na chapa. Os defensores da aliança com Lacerda e os tucanos divergem sobre o nome do candidato a vice.
Para complicar ainda mais a situação, o Diretório Nacional do PT ameaça intervir no comando da capital para garantir a aliança com o PSB. A proposta de intervenção, entretanto, não conta com o apoio de toda Executiva e é vista como uma atitude de risco, pois pode levar a disputa para a Justiça, além de causar um desgaste enorme na legenda, rachada desde as eleições de 2008, quando uma ala não aceitava o acordo patrocinado pelo então governador Aécio Neves (PSDB) e o então prefeito Fernando Pimentel (PT).
O presidente do diretório municipal e vice-prefeito Roberto Carvalho, defensor da candidatura própria, afirma que o PSB tem até o dia 15 para dizer se aceita a condição imposta pelo PT para se coligar com Lacerda que é a não participação dos tucanos na chapa, nem mesmo na disputa pelos cargos proporcionais (vagas na Câmara municipal). Outra exigência do PT é a coligação com o PSB na disputa para vereador, condição que desagrada o partido do prefeito, que teme uma redução na bancada de vereadores caso haja uma ampla aliança na proporcional, principalmente com a presença de legendas grandes, como PT e PSDB. Até agora os petistas não tiveram oficialmente resposta do PSB sobre qualquer desses itens.
Sem inscrições A confusão no PT da capital é tanta que até hoje nenhum candidato a vice-prefeito se inscreveu oficialmente no Diretório Municipal para o encontro de domingo, apesar de ser esse o prazo limite para escolha de quem vai ser o indicado para compor a chapa de Lacerda na disputa pela reeleição. De acordo com a resolução aprovada no dia 25, o dia 15 é o prazo final para a escolha do vice e também para que "os partidos e o candidato a prefeito se manifestem com clareza absoluta e antes do inicio do encontro" sobre as exigências do PT.
A ampla coligação que vem sendo formada por Lacerda em torno de seu nome também aparece como mais um complicador. É que com tantos partidos o espaço do PT tende a ser menor na próxima gestão, caso o prefeito se reeleja. Na quinta-feira, o Diretório Nacional da legenda se reúne para discutir as eleições nas principais cidades, inclusive o caso de Belo Horizonte. A expectativa é de que o diretório determine a dilatação do prazo dado pelo PT da capital ao prefeito. O deputado estadual Rui Falcão (PT-SP), presidente nacional da legenda, vem a Belo Horizonte na sexta-feira para tentar costurar um acordo, principalmente em relação aos pretensos candidatos a vice.
Possíveis vices
Virgílio Guimarães,
ex-deputado federal
Miguel Corrêa,
deputado federal
André Quintão,
deputado estadual
Marco Antônio Rezende,
procurador-geral da PBH
FONTE: ESTADO DE MINAS
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