Será que a presidente Dilma aguenta até o final do próximo ano? Ou melhor, será que o país aguenta? Porque as coisas andam de mal a pior e a deterioração do quadro econômico se acelera.
O déficit do governo central – despesas maiores que receitas, sem contar o pagamento dos juros da dívida pública – em setembro foi de 10,5 bilhões de reais. No ano passado, no período de nove meses havia um superávit – receitas maiores que despesas – de 54,8 bilhões e caiu esse ano para 27,9 bilhões. Caiu quase 50%. Quer dizer, as despesas cresceram muito mais que as receitas. Isso se dá com um baixo nível de investimentos em obras. Onde é essencial para o crescimento do país, o gasto é baixo.
Nessa conta não entra o pagamento dos juros da dívida pública. A previsão de pagamento dessa conta é, em 2013, de 110 bilhões de reais. . Só falta computar os últimos três meses do ano, e até agora só economizamos 27,9 bilhões de reais para pagá-la. Assim não teremos superávit suficiente para pagar os juros da dívida. A consequência é que o governo tem de tomar mais empréstimos, pagando uma taxa Selic que se aproxima de 10% ao ano.
A produção industrial de setembro cresceu 0,7%. Mas o 3º trimestre do ano fecha com queda de 1,4% em relação ao anterior. Gasta-se muito, mas o que seria bom – produção de riquezas – nada. A indústria continua em baixa e pode-se prever, para o trimestre, um crescimento negativo do PIB de toda a atividade econômica.
E não para aí. Em outubro ocorreu o pior resultado da balança comercial para o mês desde 2000: foi negativo em US$ 224 milhões. E o acumulado do ano é negativo em US$ 1,83 bilhões. Observe-se que nos anos anteriores a balança comercial sempre esteve com saldos entre 15 e 40 bilhões de dólares. Do jeito que as coisas vão podemos chegar no final do ano com saldo zero. Além do que dependemos cada vez mais das exportações das comodities agrícolas e minerais. Os manufaturados que já foram 60% das nossas exportações, são agora apenas um terço.
Além de tudo a inflação continua, teimosamente, no patamar dos 6,5% ao ano, com um aumento do custo de vida para as famílias acima desse índice. Com tudo isso e com as contas públicas do jeito que estão o Banco Central é levado a aumentar as taxas de juros promovendo uma retração ainda maior em nosso já tão magro crescimento econômico.
Tudo isso os investidores veem com preocupação o que os leva a paralisar investimentos. E sem esses não há crescimento. Sem crescimento não se geram recursos para pagar dívidas nem para o governo investir. É um círculo vicioso do qual é difícil sair.
O governo entra em desespero. As eleições só se darão daqui a um ano, e a presidente e sua base de apoio já percebem que vai ser difícil aguentar até lá. Por isso essa louca atividade de publicidade, de planos e programas que acabam não se realizando, no afã de produzir algo que possa dar novas esperanças para o povo. Vai daí, também, a agressividade de Dilma e de seu criador.
Preparem-se, amigos, para as cenas que virão. O desespero deles só tende a aumentar.
Alberto Goldman é vice-presidente nacional do PSDB
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