Pura provocação brasiliense, mas com um fundo de verdade. A presidente Dilma Rousseff tem se dedicado tanto a eventos de cunho eleitoral de segunda a sexta-feira que foi obrigada a convocar sua equipe para trabalhar no sábado, feriado do Dia dos Finados.
Pelo menos serviu almoço para sua equipe, lembrou um ministro aliviado, que saiu do Palácio da Alvorada por volta das 17h.
Nada contra hora extra, ainda mais no setor público. Deveria ser motivo para elogios, mas o fato é que o Palácio do Planalto, desde a queda de popularidade presidencial, entrou nos últimos meses num ritmo eleitoral para lá de frenético.
São viagens, eventos, pronunciamentos e liberações de verbas aos borbotões, tudo com um toque carregado de promoção eleitoral.
Em defesa do Planalto, eles estão colhendo o que de bom plantaram na área social. E desde sempre foi assim. Ainda mais depois da reeleição. Talvez sem tantos exageros.
O problema é que pode estar faltando tempo ou convicção palaciana para enfrentar a colheita ruim do que foi semeado de forma equivocada ao longo do mandato.
As contas do caixa do governo tiveram, em setembro, o maior rombo desde o Plano Real. Dado revelador de como, a despeito das negativas, a situação anda frágil na área fiscal.
A balança comercial brasileira registra, até outubro, o pior saldo desde 1998. As contas externas fecharam setembro com recorde negativo para o período, maior do que o verificado em todo o ano passado.
O governo dirá que a inflação está sob controle, apesar de rondar os 6%; que o desemprego nunca esteve tão baixo, o que é um mérito, e que a renda segue alta. Tudo correto e, como dizem os petistas, deve ser suficiente para reeleger Dilma.
Só que as ervas daninhas produzidas nos últimos anos podem, depois, matar os frutos bons. Algo que já preocupa o ex-presidente Lula. A safra de 2015 promete ser ruim.
Fonte: Folha de S. Paulo
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