Suplicy promete visitar presos; Viana cobra punição para mensalão tucano em Minas
Maria Lima, Junia Gama
BRASÍLIA e RECIFE - Um certo alívio pelo “fim da tortura”, tristeza e um pouco de revolta com os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), por adotarem “dois pesos e duas medidas” no julga- mento do mensalão do PT e do PSDB mineiro. Assim reagiram petistas ao comentar a decisão da Corte de prender companheiros de fundação do partido.
Já a oposição comemorou o desfecho como um momento histórico, que terá reflexos na recuperação da credibilidade na Justiça e no fim da impunidade, além de servir como parâmetro para julgamentos de autoridades e políticos. Quase em lágrimas, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) lembrou que em 2002, em reunião do Diretório Nacional do PT, o então companheiro Chico Alencar (hoje no PSOL-RJ), defendeu que as doações de pessoas físicas e jurídicas fossem contabilizadas para haver maior controle das contas: — Mas o tesoureiro na época, o Delúbio Soares, foi contra. Disse que isso inibiria os doadores. Se tivéssemos adotado esse procedimento, teríamos evitado tudo isso.
Hoje, é uma data muito triste para a história do PT. Um momento difícil e de muita preocupação — comentou Suplicy, dizendo que está pronto para levar sua solidariedade aos companheiros na cadeia. O senador Jorge Viana (PT-AC) reclamou da adoção de viés político na condução de alguns ministros, que não nomeou.
Disse que o país precisa tirar lições desse julgamento. — Pode ser que esse julgamento deixe mais trauma e marcas para a Justiça do que uma referência pedagógica — disse Viana, reclamando da demora do julgamento do chamado mensalão mineiro do PSDB. Pré-candidato à Presidência e presidente do PSDB, o senador Aécio Neves ( MG) comemorou a conclusão de parte do julgamento, com a decretação de penas de prisão. Aécio disse que o STF escreveu uma página importante na História do Brasil, e, de alguma forma, restabeleceu a confiança dos brasileiros nas instituições. — O encerramento dessa etapa de julgamento, com a punição daqueles que foram considerados culpados, vai ao encontro de uma expectativa da sociedade brasileira. Em nenhum momento, acusei A ou B.
Dizia apenas que era preciso que houvesse um encerramento do processo. Aqueles que, comprovadamente, cometeram crimes deveriam ser punidos, e aqueles sobre os quais as provas não são contundentes, deveriam ser absolvidos. E é isso que me parece estar acontecendo — disse. Presidente do PSB e também pré- candidato à Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, disse que a decretação das prisões “era um fato mais do que esperado”: — A sociedade já conhecia a decisão do STF e entendia que havia um processo de procrastinação, utilizando-se as brechas do Código Penal, para que a decisão fosse efetivada. Finalmente, o próprio STF entendeu que era a hora de fazer cumprir a pena — afirmou.
Fonte: O Globo
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