Governador-presidenciável recebe apoios e reforça ainda mais o tom de candidato em ato administrativo
Beatriz Albuquerque
Assumindo ainda mais a postura de presidenciável, o governador Eduardo Campos (PSB) elevou o seu discurso ontem durante agenda administrativa. O lançamento do Selo Unicef Município Aprovado tornou-se um palco para o governador proferir críticas ao programa Bolsa Família, do Governo Federal, à concentração de renda na União e à política econômica. Na oportunidade, também ressaltou a eficácia de programas de sua gestão.
Após receber apoio dos convidados da cerimônia, Eduardo discursou utilizando a terceira pessoa do plural, em nome dos nordestinos. "Não queremos migalhas, não queremos favores, queremos direitos. Não queremos ser enxergados só como celeiro eleitoral, queremos ser olhados pelo respeito que a gente nordestina merece por ter prestado a esse País os mais belos momentos da construção da nação brasileira. Nós não somos um peso para o Brasil, somos parte da solução para esse País", discursou enfaticamente.
Nesse momento, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Antonella Scolamiero, já havia elogiado o programa Mãe Coruja, apontando que o Estado reduziu em 81% o percentual de mortalidade infantil, a cantora Fafá de Belém, porta-voz do Unicef na Amazônia, afirmou que o "querido amigo Dudu" fez muito por Pernambuco e fará mais pelo País, e o prefeito José Queiroz, representando os premiados, externou que desejava a volta de Fafá a Pernambuco no próximo ano, para cantar o Hino Nacional.
Campos iniciou as críticas ao Governo Federal afirmando que no Nordeste há um "claro desequilíbrio" entre a quantidade de pessoas e a quantidade de oportunidades, pois a região representa 28% da população e apenas 13,5% do PIB. As queixas deram margem para que conquistas de sua gestão fossem exaltadas. "O Estado de Pernambuco é o que mais reduziu a evasão escolar, é o que possui o maior número de hora aula em escola pública do Brasil, pelo esforço das escolas integrais de ensino médio", ressaltou.
O socialista reforçou que apesar de ter feito parte da luta pela democracia, é preciso ir além. "Nós não queremos continuar a assistir a cena das filhas de ontem do Bolsa Família serem as mães do Bolsa Família de hoje", disparou. As soluções apontadas por ele são discutir o Pacto Federativo para não haver concentração de renda e retomar o crescimento e desenvolvimento econômico do País.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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