Beatriz Bulla
Uma semana depois de se encontrar com executivos na Inglaterra e na Alemanha, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), foi entrevistado pela revista britânica The Economist sobre sua visão acerca da economia brasileira. Ele defendeu uma "política macroeconômica com visão clara de mercado", capaz de gerar um "ambiente estável de negócios", e defendeu um sistema tributário "mais inteligente".
"Uma boa gestão depende intensamente da nova política", afirmou Campos à publicação britânica, repetindo um dos motes que tem marcado seus discursos País afora. Na reportagem, a Economist define Campos tanto como um gestor moderno quanto como um político à moda antiga.
Instigado a avaliar o governo : atual, Campos disse que "algumas ações são de curto prazo" e apontou que a aliança política da qual o governo faz parte não representa a sociedade brasileira. "Essas forças políticas não permitiriam qualquer coisa que chegue perto de uma solução para os problemas estruturais brasileiros e serviços públicos, que precisam de mais recursos financeiros e humanos", criticou. "A política atual, na melhor das hipóteses, deixaria as coisas como elas estão. Mas, no momento, corremos sério risco í de regredir para o final do mandato de Lula."
O governador voltou a falar que, se o Brasil não conseguir alcançar o caminho do desenvolvimento sustentável, muitos dos que saíram da linha de pobreza podem fazer o caminho de volta.
Parcerias. Questionado sobre a participação da iniciativa privada em parcerias com o setor público, Campos respondeu: "Olhe o que fiz como governador e aí estará a resposta. Somos um dos três Estados que mais realiza parcerias público-privadas".
Campos reforçou que a aliança do PSB com a Rede Sustentabilidade, da ex-ministra Marina Silva, foi feita em cima de conteúdo e que o nome que deve disputar o Planalto só será definido em 2014. Ele minimizou os números das pesquisas, que apontam favoritismo de Dilma Rousseff e o colocam na terceira posição. "Já vi uma porção de pessoas ganharem pesquisas e perderem eleições. E já vi outras pessoas perderem as pesquisas e vencerem as eleições. Eu e Marina preferimos ganhar as eleições do que as pesquisas."
Fonte: O Estado de S. Paulo
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