• Contas bancárias de Paulo Roberto Costa, da mulher e filhas serão alvo de devassa
- O Globo
BRASÍLIA. A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo bancário das transações financeiras feitas entre a Petrobras, Camargo Corrêa e Sanko Sider a partir de contratos de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba também autorizou uma devassa das contas bancárias do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, da mulher e de duas filhas do casal. As quebras de sigilo foram pedidas pela força-tarefa do Ministério Público Federal criada para reforçar as investigações da Operação Lava-Jato.
A ideia dos investigadores é aprofundar a investigação sobre os repasses da Camargo Correa para a Sanko Sider e, a partir daí, para empresas supostamente laranjas do doleiro Alberto Youssef. Em denuncia já acolhida pela Justiça Federal, o Ministério Público Federal informa que de 2009 a 2012, 17 empresas repassaram R$ 90 milhões a MO Consultoria, controlada por Youssef. Segundo a Polícia Federal, a MO só existe no papel. Ela seria usada pelo doleiro para movimentar dinheiro de origem ilegal.
No período da movimentação, Paulo Roberto era do conselho de administração da Abreu e Lima e, para a polícia, tinha forte influência no andamento das obras. O ex-diretor mantinha estreitos vínculos com Youssef. O Ministério Público fez a denúncia contra Youssef, Paulo Roberto e mencionou as movimentações financeiras da Camargo e da Sanko Sider com base em um laudo da Receita Federal. Só a Sanko Sider repassou R$ 26 milhões para a MO, de Youssef, entre 2009 e 2012.
Agora, os procuradores entendem que podem consolidar a análise sobre os supostos desvios com base nos dados bancários das empresas e pessoas envolvidas nos negócios considerados suspeitos. Na próxima etapa, os investigadores vão tentar identificar outras empresas que prestaram serviços relacionadas a Abreu e Lima e que também fizeram pagamentos a consultorias de Youssef.
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