Daniela Lima – Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Pré-candidato do PSDB à Presidência, o senador Aécio Neves (MG), respondeu na tarde desta quinta-feira (8) que todos os nomes que concorrem ao Planalto devem ter "a humildade" de deixar a decisão sobre sua vitória ou derrota "para o eleitor".
A fala de Aécio foi uma resposta à entrevista da ex-senadora Marina Silva, candidata a vice na chapa do ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE). À Folha, Marina disse que a campanha de Aécio tem "cheiro de derrota".
O tucano evitou atacar diretamente a ex-senadora, mas enviou diversos recados. Insinuou que Marina cai na "armadilha do PT, que é dividir a oposição".
"Não vou cair na armadilha do PT, que é dividir a oposição. Eu concordo em grande parte com o que a Marina disse. Nós temos divergências e não devemos ter receio de discutí-las, como não devemos ter receio de mostrar nossas convergências", disse Aécio durante evento da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) na capital paulista.
"Apenas acho que, em relação a resultado eleitoral, quem ganha ou quem perde, todos nós temos que ter a humildade de deixar essa decisão para os eleitores", concluiu Aécio. Logo depois, o senador disse que se tornou "especialista em derrotar o PT sucessivamente".
Mais cedo, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), cotado para a vice na chapa de Aécio Neves (PSDB), acusou a ex-senadora Marina Silva de "jogar água no moinho do PT" ao criticar o pré-candidato tucano ao Planalto.
Para Aloysio Nunes, a vice de Eduardo Campos (PSB) revelou "amargura" e ajudou a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição. "Campos tem, mais do que Marina, a percepção de que o que interessa à oposição é a mudança do governo. Quem confunde as coisas joga água no moinho do PT", disse o senador.
"CPI da vingança"
Aécio disse ainda que assinou a CPI que prega a investigação de contratos para a expansão do Metrô de São Paulo "simbolicamente" e que senadores tucanos que retiraram suas rubricas "tiveram seus motivos e responderão por eles".
Aloysio Nunes foi um dos que assinaram o documento e depois desistiram. Ele disse que a CPI era uma farsa, pois não investigaria as suspeitas de formação de cartel e corrupção em metrôs de Estados governados pelo PT e seus aliados.
A CPI do Metrô foi uma iniciativa de partidos da base do governo Dilma Rousseff. A proposta é investigar contratos firmados pelo governos de São Paulo, sob o comando do PSDB, e do DF, quando da gestão do ex-governador José Roberto Arruda, então filiado ao DEM.
A iniciativa nasceu no momento em que a oposição conseguiu emplacar uma CPI para investigar a Petrobras. "Me parece mais a CPI da vingança", provocou Aécio.
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