sexta-feira, 9 de maio de 2014

Marina não descarta aliança com PSDB no segundo turno

• Ex-ministra, à ‘Folha de S.Paulo’ disse que sente ‘cheiro e derrota do PSDB no segundo turno’

Renato Onofre – O Globo

SÃO PAULO - A ex-ministra Marina Silva não descartou nesta quinta-feira uma possível aliança com o PSDB ou outro partido de oposição em um eventual segundo turno. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, Marina disse que sente “cheiro de derrota do PSDB no segundo turno”. Pré-candidata a vice-presidência da República na chapa do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, Marina afirmou ainda que não há incoerência no partido fazer aliança com os tucanos e o PMDB em outros estados para fazer palanque a Campos.

Ela voltou a criticar a polarização entre PT e PSDB, e afirmou que vai confrontar os governos passados dos dois partidos. Marina disse ainda que "homogeneizar" a oposição favorece o projeto de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Questionada se há incoerência em possíveis alianças com o PSDB e outros partidos durante a eleição, Marina negou.

- Não é incoerência porque estamos dizendo que a composição do governo vai ser em cima do programa. Isso que vai ser o novo. As outras forças políticas não estão debatendo programas. As pessoas que estão dialogando com a candidatura do Eduardo sabem quais são nossas propostas. E não estamos excluindo sequer o PT e o PSDB. Que são nossos adversários nesta eleição.

Contudo, a ex-ministra disse ainda que pe cedo para antecipar essa discussão:

- A gente tem que participar do processo político vivendo o processo político em todas as etapas. É uma eleição em dois turnos. E essa tentativa de querer homogeneizar as propostas no primeiro turno, no meu ponto de vista, ela é contrária ao próprio segundo turno. Porque, no primeiro turno já tem que se colocar cada um na sua originalidade, nas suas diferenças – disse Marina, que acrescentou:

- Segundo turno a gente discute no segundo turno. Acho essa ansiedade tóxica de colocar o segundo turno na frente do primeiro turno e prejudica o segundo turno

Ela afirmou que vai dialogar com os legados sociais e econômicos do PT e do PSDB, mas que não há como "recomeçar" a discutir o Brasil sempre do zero.

- As forças acham que vão recomeçar (a discutir a eleição) sempre do zero. E não vão. Se tiveram conquistas, elas não são dos partidos, mas das pessoas. A gente precisa de uma nova agenda.

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