• No ato, estatal comemorava o fato de a produção do pré-sal ter ultrapassado marca de 500 mil barris diários
• Petista voltou a ironizar tentativa do PSDB, em 2000, de mudar o nome da empresa para 'Petrobrax'
Samantha LIma, Pedro Soares – Folha de S. Paulo
RIO - A presidente Dilma Rousseff aproveitou cerimônia promovida pela Petrobras para comemorar o fato de a produção de petróleo do pré-sal ter ultrapassado a marca de 500 mil barris por dia para voltar a criticar o PSDB pela tentativa de mudar o nome da empresa para Petrobrax.
"A cada avanço, volto a ouvir o alarido das vozes que queriam que a empresa fizesse um papel menor. São as mesmas que quiseram tirar o bras' do nome da empresa e colocar um brax' estrangeiro", disse, sem citar o PSDB.
Na semana passada, em evento em Brasília, Dilma já havia citado o episódio para alfinetar o partido.
Em 2000, a Petrobras, com aval do então presidente Fernando Henrique Cardoso, chegou a anunciar a mudança de seu nome para "Petrobrax", sob a justificativa de que isso facilitava a internacionalização da empresa. A estatal acabou voltando atrás dias depois, diante da forte reação contrária à mudança.
Aécio Neves, do PSDB, é hoje o principal rival de Dilma na disputa ao Planalto, segundo pesquisas.
A cerimônia ocorreu no mesmo dia em que a Petrobras revelou ter atingido, em maio, média de produção diária de 1,975 milhões de barris no Brasil. Com o resultado, a média diária, em 2014, aponta alta de 0,2% em relação a 2013. A meta é crescer 7,5%.
Os 520 mil barris extraídos no pré-sal não foram suficientes para empurrar a produção diária da empresa além do patamar de 2 milhões de barris, em que está desde 2009, devido ao declínio da produção na Bacia de Campos.
No governo Dilma, considerando a média diária de 2011 confrontada com os primeiros meses de 2014, a produção de petróleo no Brasil caiu 0,9%.
"Quem olhar o que aconteceu com a Petrobras nos últimos dez anos e projetar para o futuro, conclui que fizemos um grande ciclo. Eu estive presente em todos os momentos", disse.
Para Dilma, a credibilidade da empresa não é abalada pelo que ela considera "fato isolado" e "tendência momentânea" --referências a recentes escândalos em torno da Petrobras.
Em março, o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa foi preso pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro. Ele está detido no Paraná.
A Petrobras é investigada pela PF, pela Controladoria-Geral da União, pelo Tribunal de Contas da União e pelo Ministério Público Federal por suspeitas relacionadas à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ao possível superfaturamento em construções de refinarias e ao fechamento de contratos com a fornecedora SBM Offshore entre 2007 e 2011.
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