• Construtoras, que contribuíram com candidatos e comitês, faturaram R$ 33 bi no ano passado
Eduardo Bresciani e Danilo Fariello – O Globo
BRASÍLIA - As nove empreiteiras alvos da Operação Lava-Jato possuem tentáculos por diversos setores da economia, e não apenas no de petróleo. Juntas, registraram faturamento de R$ 33 bilhões em 2013, segundo ranking da revista “O Empreiteiro”. Quase a metade desse montante está relacionado a contratos públicos. Este ano, elas contribuíram com ao menos R$ 218 milhões para candidatos e comitês eleitorais. As doações podem ser ainda maiores, porque os dados finais da campanha eleitoral só serão fechados no fim do mês, quando os partidos enviarem as prestações de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno das eleições.
A maior parte dos recursos é destinada a comitês partidários. A Queiroz Galvão doou R$ 57,6 milhões a políticos. A OAS repartiu R$ 53,7 milhões apenas para comitês financeiros de vários partidos. A UTC Engenharia, R$ 33,6 milhões, enquanto a Odebrecht, outros R$ 36 milhões. Ainda aparecem no sistema de prestações de contas do TSE doações da Galvão Engenharia, Engevix e Camargo Corrêa.
As empresas sob investigação têm cerca de 320 mil funcionários em vários segmentos da construção pesada, como transporte, empreendimentos nucleares e imobiliários, arenas para a Copa e até no agronegócio. A presença maciça das empreiteiras de grande e médio portes em diversos setores relevantes faz com que técnicos do governo e da iniciativa privada vejam certos limites nas consequências da Lava-Jato. Essas empresas poderiam ser impedidas de participar de novas licitações, se consideradas inidôneas pela Controladoria-Geral da União. A medida foi adotada pelo órgão em relação à Delta, alvo das operações Vegas e Monte Carlo. Não há, porém, expectativa de que se repita a medida. Levantamento do MP Federal mostrou que, sem contar a Odebrecht, as outras oito registram R$ 59,4 bilhões em contratos apenas com a Petrobras.
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