- Folha de S. Paulo
O segundo mandato da presidente Dilma começa sob o lema governo novo, ideias nem tão novas e o velho hábito de empurrar com a barriga medidas para lá de necessárias. Demora que tem lá suas razões, mas implica em custos.
É o caso da alta de tributos para reequilibrar as contas públicas. O pacote foi aprovado pela presidente desde o final de 2014, mas até hoje não foi editado. Pode ser nesta semana, mas o atraso já custou a perda de receitas para o governo.
Dilma prometeu no final do ano passado promover uma renovação da Petrobras. Colocar no seu conselho de administração nomes de peso do setor privado. Pois a estatal segue sangrando e, até hoje, nada.
Em 2014, técnicos sugeriram ao governo adotar não um racionamento de energia, mas um programa de racionalização de seu uso. A eleição não deixou. A situação não melhorou e o Palácio do Planalto segue postergando tal medida.
Desde o ano passado a presidente avisou sua equipe que trocaria o comando dos bancos públicos. Até hoje, nada. A indefinição levou os bancos a entrar em ritmo lento de decisões, forçando Dilma a convocar os presidentes do BNDES e BB para acelerar ações a fim de salvar a Sete Brasil, maior fornecedora da Petrobras na exploração do pré-sal.
Hoje, a equipe de Dilma vai negociar com as centrais sindicais medidas gestadas desde o início do primeiro mandato, mas lançadas apenas no seu final: as regras mais rígidas para concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas.
Necessárias, acabam com distorções no pagamento de pensão pós-morte, do seguro-defeso para pescadores no período de proibição da pesca e do seguro-desemprego. Benefícios justos, mas que estavam sem controle todo este tempo diante da demora do governo em agir.
Enfim, um presidente não pode tomar decisões de afogadilho, mas a boa governança não recomenda adiá-las em demasia. O custo é alto.
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