• Inflação alta, herança dos equívocos da política do primeiro governo Dilma, já levou a classe C a reduzir as compras nos supermercados
Especializado em acompanhar os hábitos de consumo da chamada nova classe média brasileira (principalmente a que é conceituada na classe C, com renda mensal em torno de R$ 2,9 mil), o Instituto Data Popular constatou uma queda nas compras de supermercado agora no início do ano, nessa faixa de consumidores.
Na avaliação do Instituto, a inflação alta e o endividamento elevado fizeram a classe C dar alguns passos atrás em relação ao que consumira nos últimos seis meses de 2014. Cerca de 47% das pessoas entrevistadas em 150 diferentes cidades disseram que estão comprando menos nos supermercados, e apenas 12% responderam que passaram a encher mais os carrinhos.
Era inevitável que isso acontecesse devido à combinação de baixo crescimento da economia com inflação acima do que seria aceitável. Daí a necessidade de se pôr em prática um ajuste na política econômica que volte a colocar nos eixos as finanças públicas e restabeleça condições que sustentem o crescimento.
Os críticos de tal ajuste, antes os defensores da política que se revelou um tremendo fracasso, o contestam sob a alegação de que a conta será paga pelos mais pobres. Ora, as pessoas que supostamente eram defendidas pela antiga política perderam poder de compra em decorrência do descaso com a inflação naquele período, um aspecto dessa mesma política. Sabia-se que os artificialismos e outros erros acabariam pesando no bolso do consumidor, e é o que ocorre.
A nova equipe econômica, consciente desse quadro grave, não perdeu tempo, e, já nas primeiras horas do segundo mandato da presidente Dilma, várias medidas de conserto das finanças públicas entraram em vigor, o que incluiu o corte de subsídios do Tesouro, sem que houvesse recursos para tal, nas tarifas de energia elétrica. A inflação represada veio à tona nos índices de preços de janeiro, mas, se a correção de rumos continuar, não levará muito tempo para os resultados começarem a aparecer, mostrando recuperação da economia.
A nova equipe econômica precisa que o Congresso ratifique a correção de rumos e não se deixe engabelar por discursos que tentam transformar em vítimas os assalariados e as camadas mais humildes da população. A inflação alta não decorre desse ajuste, pois é uma herança da política equivocada do primeiro governo Dilma. A deflação que ocorre no resto do mundo favorece o atual ajuste, pois a elevação dos índices de preços no Brasil logo esbarrará em uma pressão baixista vinda do exterior, e que somente não teve ainda efeito imediato devido à outra necessidade interna, o realinhamento do câmbio, com o real se desvalorizando frente ao dólar.
Não existe outra saída para essa crise a não ser perseverar com a política de correção de rumos, a única forma de se defender de fato os programas sociais, os pobres.
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