• Programa a ser exibido no dia 26 não cita o PT nem a presidente Dilma Rousseff
Simone Iglesias – O Globo
BRASÍLIA — O programa partidário do PMDB ainda nem foi ao ar e já provoca mais atritos na relação com a presidente Dilma Rousseff. Programado para ser divulgado dia 26, ele está sendo anunciado desde quinta-feira em inserções de 30 segundos na TV aberta. “Dia 26, às 20h30, em rede nacional, você vai saber o que o PMDB tem a dizer ao Brasil”, diz a última frase das vinhetas, em que aparecem os seis ministros do partido, os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, e o vice-presidente Michel Temer.
Segundo o publicitário Elcinho Mouco, responsável pela direção e produção, o conceito do programa, intitulado “O Brasil é a nossa escolha”, é mostrar que o PMDB estará sempre do lado da sociedade.
— É um programa partidário, não é um programa governista. Somos um partido dos oito que integram o governo, e temos seis dos 39 ministérios. O PMDB tem compromisso com o povo brasileiro — disse Mouco, revelando que não há no programa menção ao PT ou à presidente Dilma Rousseff.
Segundo ele, os peemedebistas falam em governabilidade, assuntos de interesse da sociedade e também na reforma política, cujo debate vem sendo liderado na Câmara por Eduardo Cunha. No programa, Michel Temer defenderá a necessidade de aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal do governo, que restringem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários.
Ministros veem descolamento
As inserções que estão no ar desagradaram a ministros de Dilma, que interpretaram o conceito “O Brasil é a nossa escolha” como um descolamento do governo. Peemedebistas minimizam as críticas, alegando que os seis ministros fazem defesa enfática do Executivo em seus pronunciamentos.
O formato do programa, segundo o próprio publicitário, foi inspirado na série “House of Cards” e no filme “Birdman”, que concorre ao Oscar de melhor filme. A série americana tem como personagem principal o congressista americano Frank Underwood, um deputado que chega à Presidência cometendo crimes e derrubando adversários com chantagens. Cunha já foi comparado por várias publicações, inclusive a revista inglesa “The Economist”, a Underwood.
A locação foi o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, com um cenário de fundo preto e luzes do teatro.
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