• Tucanos fecham questão sobre apoio ao vice-presidente, mas líderes ainda não se entendem com relação a estratégia para condução de processo de impeachment; tampouco há consenso quanto à composição de um eventual governo Temer
Vera Rosa e Alberto Bombig - O Estado de S. Paulo
Apesar de terem fechado questão em torno do apoio ao vice-presidente Michel Temer, os líderes tucanos ainda não se entenderam quanto à estratégia a ser utilizada na condução do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.
O senador Aécio Neves (MG) atuou na semana passada para ganhar tempo, enquanto o senador José Serra (SP) defendia o fim do recesso parlamentar, que começa neste mês, para acelerar o trâmite do processo.
Tampouco há consenso quanto à composição de um governo Temer caso a presidente Dilma Rousseff seja impedida de terminar o mandato. Aécio, que hoje controla a máquina partidária tucana, tem se posicionado contra a participação do PSDB, mas Serra avalia que o momento do País talvez exija uma união nacional em torno do peemedebista.
Os cinco governadores do PSDB devem se reunir nos próximos dias, em São Paulo, para avaliar o cenário político depois que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), decidiu deflagrar o processo de impeachment. Enquanto isso, o Planalto prepara um encontro de Dilma em Brasília, também na semana que vem, com governadores aliados.
A estratégia do governo é mostrar a presidente como vítima de chantagem de Cunha, acusado de manter contas na Suíça com dinheiro desviado da Petrobrás. “É melhor um fim trágico do que uma tragédia sem fim”, disse a Dilma ao ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Assessores da presidente organizam agora manifestações de solidariedade a ela com a participação de juristas, movimentos sociais e sindicalistas, na linha do “não vai ter golpe”. Depois de muitas divergências, ministros do PT concluíram que a polarização com Cunha dá ao Planalto o discurso necessário para se “reconectar” com a sociedade.
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