• Encontro está previsto para amanhã, em São Paulo, com participação de Lula
Renato Onofre - O Globo
SÃO PAULO - O diretório paulista do PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) convocaram para amanhã reunião com sindicatos, movimentos sociais e partidos da base aliada para definir quais serão os passos em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff. O principal nome do encontro será o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, para dirigentes petistas, é quem tem a capacidade de mobilizar e, novamente, unificar o país.
— O papel do presidente Lula será fundamental. A capacidade de mobilizar e unificar dele é inegável. Vamos para a luta — afirmou o presidente estadual do PT, Emídio de Souza.
Os petistas vão propor a formação de um núcleo duro e de uma ampla frente “contra o golpe”. A ideia é reunir representantes de todos as legendas e entidades aliadas e até de grupos opositores contrários ao impeachment para a criação de uma agenda conjunta de atos pelo país.
— É a hora de se formar uma frente ampla, multipartidária, contra esse ataque direto à democracia — afirmou Emídio de Souza.
Nem dos partidos de oposição, os dirigentes petistas vão abrir mão. Souza afirmou que o PT deve procurar representantes da Rede Sustentabilidade, comandada pela ex-senadora Marina Silva, e do PSOL para, juntos, formarem no Congresso um bloco contrário à derrubada da presidente Dilma.
De acordo com o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, a hora é de mobilização:
— Vamos reunir todos os atores em defesa da democracia. Vamos sentar e definir um estratégia comum em defesa da democracia.
Ontem, dirigentes petistas passaram a manhã em reuniões discutindo a crise política. O presidente nacional do partido, Rui Falcão, se encontrou com lideranças locais para azeitar o discurso do partido. À tarde, ele compareceria a um ato de filiação do PT no bairro da Liberdade, região central da capital paulista, ao lado do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Os dois cancelaram a agenda marcada por dirigentes municipais.
O ato de filiação ficou abaixo das expectativas dos dirigentes municipais petistas. Estavam previstas 500 novas filiações, mas menos de 50 pessoas compareceram. O secretário de Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha, passou pelo local e fez um discurso em defesa do legado de Dilma. Padilha foi ministro da Saúde durante o primeiro mandato da presidente.
Manifestação no Rio
Apesar de ter convocado a reunião com aliados para discutir estratégias conjuntas em defesa do mandato da presidente, a CUT já marcou atos pelo país contra o impeachment. Em reunião na última quinta-feira, a CUT convocou um ato para terça-feira, no Rio, às 16h, na Candelária. Em seguida, os manifestantes seguirão a pé até a sede da Petrobras, no Centro. Também estão previstas manifestações em Salvador (7/12), Belém (9/ 12) e Porto Alegre (11/12).
Nenhum comentário:
Postar um comentário