• Em meio à crise, Dilma conta com Paes, Pezão e família Picciani
Marco Grillo - O Globo
O PMDB do Rio é o principal pilar da presidente Dilma Rousseff em um partido que oferece sinais dúbios sobre o processo de impeachment — como mostrou o pedido de demissão apresentado pelo ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha.
Na manhã seguinte à decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, o prefeito Eduardo Paes e o governador Luiz Fernando Pezão se manifestaram contra a medida. Paes disse que o ato era um “escárnio”, e Pezão, que se diz amigo de Dilma, chamou a ação de “lamentável”. O governador conversou com a presidente por telefone e, mais tarde, recebeu o ex-presidente Lula.
Cunha, também do PMDB do Rio, integra o comando regional do partido, mas é voz isolada. O presidente estadual da sigla, Jorge Picciani, apoiou Aécio Neves na eleição presidencial, mas migrou para o lado do governo este ano. O líder do partido na Câmara é um de seus filhos, Leonardo Picciani, um dos principais interlocutores de Dilma na reforma ministerial. As mudanças reservaram uma vaga para a bancada do estado: Celso Pansera assumiu a pasta de Ciência e Tecnologia.
A maior bancada do PMDB na Câmara é a do Rio, com nove deputados, incluindo Cunha. Em duas votações recentes e importantes para o governo, os deputados mostraram fidelidade: a meta fiscal teve o apoio de sete parlamentares — um se absteve, e Cunha não vota por presidir a Casa. Também não houve votos contrários ao governo no projeto que facilita a repatriação de recursos. O governo conta com a influência de Pezão, de Paes e da família Picciani para que não haja surpresas no curso do impeachment.
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