Temer quis mostrar força política ao contestar denúncia da PGR, mas não conseguiu ter a seu lado políticos de maior expressão
Leticia Fernandes, O Globo
BRASÍLIA - Apesar de convocações e de ter retardado o início de sua declaração para reunir mais aliados, o presidente Michel Temer não conseguiu atrair políticos de maior expressão e foi cercado por um grupo formado em sua maior parte por integrantes do chamado baixo clero da Câmara. Não estavam presentes os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunicio Oliveira (PMDB-CE); o presidente do PMDB, partido de Temer, Romero Jucá (PMDB-RR), e nem o ministro Moreira Franco, um dos mais próximos a Temer. Do núcleo duro do governo, apenas o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, investigado na Lava-Jato por suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, marcou presença.
Entre os que se colocaram de pé ao lado do presidente, estava a deputada Raquel Muniz (PSDMG), que ficou conhecida ao proferir o seu voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, ela citou como exemplo de gestor o marido, prefeito de Montes Claros (MG), que acabou preso no dia seguinte, suspeito de prejudicar o funcionamento de hospitais públicos em favorecimento de uma rede particular, gerida pela própria família.
A deputada também foi alvo de inquérito, em 2015, numa investigação que apurou se uma entidade filantrópica comandada pela deputada e pelo marido exercia atividade empresarial, auferindo e distribuindo lucros e rendas.
Além de Raquel, também estavam parlamentares como Julio Lopes (PP-RJ), acusado por delatores de pedir propina nas obras de construção da linha 4 do metrô do Rio, quando era secretário de Transportes nos dois governos do ex-governador Sérgio Cabral, que hoje está preso.
Outro deputado presente foi Alceu Moreira (PMDB-RS), um dos cotados para ser indicado relator da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
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