- Folha de S. Paulo
Ficou ainda mais difícil acreditar em qualquer coisa que ele fale ou faça
Não desejo a morte a Jair Bolsonaro, mas se ele tivesse um comportamento apenas crível seria um bom começo para minimizar maus pensamentos. Ficou ainda mais difícil acreditar em qualquer coisa que ele fale ou faça depois do teatro armado para anunciar seu teste para a Covid-19.
Impossível levar a sério um presidente que se comporta como garoto propaganda das facas Ginsu. Não é má vontade, é rotina. Levantamento da agência de checagem Aos Fatos mostra que Bolsonaro mentiu ou distorceu declarações 1.355 vezes desde que assumiu o cargo.
Em janeiro, o Datafolha mostrava que os entrevistados tinham mais confiança em figuras como Lula e Sergio Moro do que no presidente, que já ostentava baixa credibilidade entre 55% das pessoas. E nem vivíamos os horrores da pandemia, na qual desfiou um rosário de inverdades e de irresponsabilidades. Quem ainda acredita em Bolsonaro, além dos 15% de seguidores de sua seita?
Credibilidade é dos mais importantes capitais políticos, sem ela não há liderança. O presidente se revelou um mentiroso compulsivo e colhe o descrédito por suas atitudes. Conseguiu a façanha de levantar dúvidas até sobre seus exames de saúde. Os primeiros, apresentados com pseudônimos, depois da intervenção da Justiça. A reação de desconfiança se repete agora, quando revela, todo pimpão e com o descaso de sempre, o resultado positivo que leva seu nome.
Em seguida, nos brinda com o Show da Cloroquina, a promessa de que todos serão curados e mais desinformação sobre grupos de risco e gravidade da doença. Enquanto mente e nos entretém, o 01, Flávio, presta finalmente depoimento sobre as rachadinhas.
Nesta quarta (8), Jair tuitou que nenhum país do mundo fez como o Brasil e que preservamos vidas e empregos sem propagar pânico. Quem não está em pânico com esse mitômano no Planalto não entendeu nada.
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