DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou ontem abertamente a lei ao elogiar sua ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff durante uma cerimônia pública. A candidata governista ao Planalto foi anunciada como grande responsável pelo projeto do trem-bala que algum dia, em tese, ligará São Paulo ao Rio.
Foi uma transgressão curiosa. O próprio Lula interpretou sua intenção, quase se desculpando: "Eu, na verdade, nem poderia falar o nome dela, por um processo eleitoral, mas a história a gente também não pode esconder por causa de eleição. A verdade é que a companheira Dilma Rousseff assumiu a responsabilidade de fazer este TAV [o trem-bala]".
É como se um cidadão cometesse um ato ilícito e em seguida dissesse para a vítima: "Eu sei que está errado, mas não posso ir contra a minha natureza". E tem sido da natureza de Lula nesses últimos meses colocar toda a estrutura possível do governo a serviço da candidata oficial.
Tome-se o caso da viagem recente de Dilma à Europa. Foi fazer campanha. Posou para sua equipe de marketing filmá-la ao lado de chefes de governo. Até agora não se sabe quem exatamente agendou esses encontros, mas petistas falavam abertamente à época que o responsável havia sido "o Marco Aurélio". Trata-se de Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais do Palácio do Planalto.
Jamais será obtida uma prova de quantos telefonemas e e-mails de gente do governo foram disparados para Nicolas Sarkozy e outros líderes europeus para Dilma visitá-los em maio.
Para todos os efeitos, o tour se deu por geração espontânea.
Agora, exatamente no momento em que não há mais propagandas do PT para expor Dilma aos eleitores, Lula aparece usando um evento oficial para promover sua candidata.
Desconhecida ainda de parte dos eleitores, é vital para a petista que seu nome não suma da mídia até o início do horário eleitoral, em meados de agosto.
A transgressão de Lula é bem estudada. Talvez renda alguma nova multa, no valor de R$ 5.000, como outras já aplicadas. Para quem fará uma campanha ao custo de R$ 157 milhões, é um risco que vale a pena.
Fernando Rodrigues
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desafiou ontem abertamente a lei ao elogiar sua ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff durante uma cerimônia pública. A candidata governista ao Planalto foi anunciada como grande responsável pelo projeto do trem-bala que algum dia, em tese, ligará São Paulo ao Rio.
Foi uma transgressão curiosa. O próprio Lula interpretou sua intenção, quase se desculpando: "Eu, na verdade, nem poderia falar o nome dela, por um processo eleitoral, mas a história a gente também não pode esconder por causa de eleição. A verdade é que a companheira Dilma Rousseff assumiu a responsabilidade de fazer este TAV [o trem-bala]".
É como se um cidadão cometesse um ato ilícito e em seguida dissesse para a vítima: "Eu sei que está errado, mas não posso ir contra a minha natureza". E tem sido da natureza de Lula nesses últimos meses colocar toda a estrutura possível do governo a serviço da candidata oficial.
Tome-se o caso da viagem recente de Dilma à Europa. Foi fazer campanha. Posou para sua equipe de marketing filmá-la ao lado de chefes de governo. Até agora não se sabe quem exatamente agendou esses encontros, mas petistas falavam abertamente à época que o responsável havia sido "o Marco Aurélio". Trata-se de Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais do Palácio do Planalto.
Jamais será obtida uma prova de quantos telefonemas e e-mails de gente do governo foram disparados para Nicolas Sarkozy e outros líderes europeus para Dilma visitá-los em maio.
Para todos os efeitos, o tour se deu por geração espontânea.
Agora, exatamente no momento em que não há mais propagandas do PT para expor Dilma aos eleitores, Lula aparece usando um evento oficial para promover sua candidata.
Desconhecida ainda de parte dos eleitores, é vital para a petista que seu nome não suma da mídia até o início do horário eleitoral, em meados de agosto.
A transgressão de Lula é bem estudada. Talvez renda alguma nova multa, no valor de R$ 5.000, como outras já aplicadas. Para quem fará uma campanha ao custo de R$ 157 milhões, é um risco que vale a pena.
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