DEU EM O GLOBO
Apesar de o Brasil ter sido escolhido há três anos para sediar a Copa de 2014 e ainda não ter iniciado nenhuma das obras fundamentais, o presidente Lula abriu guerra à própria Fifa, que, anteontem, manifestou preocupação com o atraso. "Vocês viram que terminou a Copa, agora, e já começam aqueles a dizer. "Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros? Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades", afirmou o presidente no lançamento do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), em Brasília. Pelo cronograma original, o atraso neste projeto, o do popular trem-bala, é de um ano e 10 meses.
Lula ataca Fifa sobre atrasos
COPA DE 2014
Presidente brasileiro responde às preocupações de secretário da entidade com obras para Mundial de 2014: "Como se fôssemos um bando de idiotas que não sabe fazer as coisas"
Luiza Damé e Regina Alvarez
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ontem a cobranças da Fifa em relação às obras de infraestrutura para a Copa do Mundo no Brasil. Durante o lançamento do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), que vai interligar São Paulo, Campinas e Rio, Lula disse que o governo não é integrado por "um bando de idiotas" que não sabe fazer as obras necessárias nem definir prioridades.
- Vocês viram que terminou a Copa do Mundo na África do Sul, agora, e já começam aqueles a dizer: "Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?". Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e nem definir as nossas prioridades - afirmou Lula.
Segundo o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, a entidade está preocupada com o conjunto de obras que precisam ainda ser realizadas no Brasil para a Copa do Mundo. Valcke citou, além dos estádios, estradas, aeroportos, rede hoteleira e sistema de comunicação.
O próprio TAV, conhecido como Trem-Bala, é um exemplo desse atraso. Com conclusão inicialmente prevista para a Copa de 2014 , só ficará pronto para as Olimpíadas de 2016.
TCU também aponta atrasos
Não é só a Fifa que está preocupada com o atraso nas obras de infraestrutura da Copa. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) finalizada em abril e aprovada pelo plenário do TCU há duas semanas concluiu que as providências estão "impressionantemente atrasadas".
"Até abril nenhuma obra (de mobilidade urbana) havia sido contratada, apenas um edital de licitação estava concluído", diz o relatório do ministro Valmir Campelo, informando ainda que o Ministério das Cidades só havia recebido o projeto básico de oito das 47 obras previstas.
No relatório, Campello adverte que os atrasos da Copa de 2014 já "potencializam o risco de que a União assuma custos não previstos, a exemplo do que ocorreu no Pan de 2007".
Nos bastidores do governo, também há preocupação com os atrasos. Um conjunto de atos para facilitar a execução das obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 deve ser assinado por Lula em solenidade no Itamaraty, no próximo dia 19.
Ciente de que alguns dos entraves estão relacionados à capacidade de endividamento das cidades-sede do evento, o governo prepara uma Medida Provisória (MP) para flexibilizar esses limites, permitindo que cidades como o Rio e São Paulo possam contratar novos empréstimos sem ferir os limites legais. A MP deve afrouxar as travas impostas pelas leis de renegociação das dívidas de estados e municípios. No caso dos municípios, o limite corresponde ao montante da receita líquida real, o que impede a contratação de novos empréstimos por algumas cidades-sede.
Ontem, na solenidade de lançamento do edital do Trem-Bala, o presidente voltou a lamentar o desempenho da seleção brasileira no jogo contra a Holanda:
- O problema de governar é como ser técnico de futebol. Vamos ser francos: ninguém poderia imaginar que o Brasil iria voltar tão enfraquecido para o segundo tempo do jogo com a Holanda. Não é possível que um gol possa desmontar um time, como desmontou o time do Brasil.
Cadê os estádios, os aeroportos... ?
O GLOBO mostrou no último domingo que quase todas as obras para Copa de 2014 não saíram do papel, a um ano do primeiro evento ligado à competição, o sorteio dos grupos das eliminatórias, e há dois anos da escolha do Brasil para organizar a competição. Os dois principais problemas das 12 cidades-sedes são os estádios e os aeroportos, o segundo é a maior preocupação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
No Rio, as obras do Maracanã sequer foram licitadas. O aeroporto Tom Jobim passa apenas por mais uma maquiagem, resultado de uma disputa com o governo Lula, que impede a privatização dos terminais, como sugere o governador Sérgio Cabral.
São Paulo e Curitiba são as cidades que mais preocupam a Fifa e o Comitê Local do Mundial.
O Morumbi não atendeu às exigência da instituição e está descartado dos jogos importantes. Com isso, a capital paulista está sem estádio. Já a Arena da Baixada, em Curitiba, também pode ficar de fora porque o Atlético-PR alega não ter recursos para bancar a reforma prevista. As arenas de Fortaleza, Manaus, Bahia e Brasília sofrem acusações de irregularidades.
O aeroporto de Curitiba sequer tem projeto. E o de Cuiabá, esbarra na remoção de famílias para ser aumentado.
Apesar de o Brasil ter sido escolhido há três anos para sediar a Copa de 2014 e ainda não ter iniciado nenhuma das obras fundamentais, o presidente Lula abriu guerra à própria Fifa, que, anteontem, manifestou preocupação com o atraso. "Vocês viram que terminou a Copa, agora, e já começam aqueles a dizer. "Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros? Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades", afirmou o presidente no lançamento do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), em Brasília. Pelo cronograma original, o atraso neste projeto, o do popular trem-bala, é de um ano e 10 meses.
Lula ataca Fifa sobre atrasos
COPA DE 2014
Presidente brasileiro responde às preocupações de secretário da entidade com obras para Mundial de 2014: "Como se fôssemos um bando de idiotas que não sabe fazer as coisas"
Luiza Damé e Regina Alvarez
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ontem a cobranças da Fifa em relação às obras de infraestrutura para a Copa do Mundo no Brasil. Durante o lançamento do edital do Trem de Alta Velocidade (TAV), que vai interligar São Paulo, Campinas e Rio, Lula disse que o governo não é integrado por "um bando de idiotas" que não sabe fazer as obras necessárias nem definir prioridades.
- Vocês viram que terminou a Copa do Mundo na África do Sul, agora, e já começam aqueles a dizer: "Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?". Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e nem definir as nossas prioridades - afirmou Lula.
Segundo o secretário-geral da Fifa, o francês Jérôme Valcke, a entidade está preocupada com o conjunto de obras que precisam ainda ser realizadas no Brasil para a Copa do Mundo. Valcke citou, além dos estádios, estradas, aeroportos, rede hoteleira e sistema de comunicação.
O próprio TAV, conhecido como Trem-Bala, é um exemplo desse atraso. Com conclusão inicialmente prevista para a Copa de 2014 , só ficará pronto para as Olimpíadas de 2016.
TCU também aponta atrasos
Não é só a Fifa que está preocupada com o atraso nas obras de infraestrutura da Copa. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) finalizada em abril e aprovada pelo plenário do TCU há duas semanas concluiu que as providências estão "impressionantemente atrasadas".
"Até abril nenhuma obra (de mobilidade urbana) havia sido contratada, apenas um edital de licitação estava concluído", diz o relatório do ministro Valmir Campelo, informando ainda que o Ministério das Cidades só havia recebido o projeto básico de oito das 47 obras previstas.
No relatório, Campello adverte que os atrasos da Copa de 2014 já "potencializam o risco de que a União assuma custos não previstos, a exemplo do que ocorreu no Pan de 2007".
Nos bastidores do governo, também há preocupação com os atrasos. Um conjunto de atos para facilitar a execução das obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 deve ser assinado por Lula em solenidade no Itamaraty, no próximo dia 19.
Ciente de que alguns dos entraves estão relacionados à capacidade de endividamento das cidades-sede do evento, o governo prepara uma Medida Provisória (MP) para flexibilizar esses limites, permitindo que cidades como o Rio e São Paulo possam contratar novos empréstimos sem ferir os limites legais. A MP deve afrouxar as travas impostas pelas leis de renegociação das dívidas de estados e municípios. No caso dos municípios, o limite corresponde ao montante da receita líquida real, o que impede a contratação de novos empréstimos por algumas cidades-sede.
Ontem, na solenidade de lançamento do edital do Trem-Bala, o presidente voltou a lamentar o desempenho da seleção brasileira no jogo contra a Holanda:
- O problema de governar é como ser técnico de futebol. Vamos ser francos: ninguém poderia imaginar que o Brasil iria voltar tão enfraquecido para o segundo tempo do jogo com a Holanda. Não é possível que um gol possa desmontar um time, como desmontou o time do Brasil.
Cadê os estádios, os aeroportos... ?
O GLOBO mostrou no último domingo que quase todas as obras para Copa de 2014 não saíram do papel, a um ano do primeiro evento ligado à competição, o sorteio dos grupos das eliminatórias, e há dois anos da escolha do Brasil para organizar a competição. Os dois principais problemas das 12 cidades-sedes são os estádios e os aeroportos, o segundo é a maior preocupação do presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
No Rio, as obras do Maracanã sequer foram licitadas. O aeroporto Tom Jobim passa apenas por mais uma maquiagem, resultado de uma disputa com o governo Lula, que impede a privatização dos terminais, como sugere o governador Sérgio Cabral.
São Paulo e Curitiba são as cidades que mais preocupam a Fifa e o Comitê Local do Mundial.
O Morumbi não atendeu às exigência da instituição e está descartado dos jogos importantes. Com isso, a capital paulista está sem estádio. Já a Arena da Baixada, em Curitiba, também pode ficar de fora porque o Atlético-PR alega não ter recursos para bancar a reforma prevista. As arenas de Fortaleza, Manaus, Bahia e Brasília sofrem acusações de irregularidades.
O aeroporto de Curitiba sequer tem projeto. E o de Cuiabá, esbarra na remoção de famílias para ser aumentado.
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