DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Dilma Rousseff iniciou seu discurso de posse destacando o "significado histórico" de ser a primeira mulher presidente do Brasil: "Venho para abrir portas". No final, se emocionou ao lembrar dos que estiveram com ela na luta armada contra a ditadura: "Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento.
Divido com eles essa conquista, e rendo-lhes minha homenagem".
Na abertura, o elogio da condição feminina, projetando o futuro; no encerramento, a memória dos radicais da geração meia-oito, reparando o passado: foi a moldura que Dilma escolheu para seu retrato ao vestir a faixa presidencial.
Não havia, porém, nessa evocação histórico-sentimental da guerrilha, nada que desviasse a presidente de seu eixo pragmático. Entre uma ponta e outra, o recheio do discurso passou em revista a pauta já conhecida do "melhorismo" (o que já fizemos e o que ainda falta fazer), tudo com bom senso e equilíbrio, sem rancores nem radicalismos.
A ênfase, como deveria ser, ficou reservada ao combate à miséria: "A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema". Trata-se, afinal, de um governo "de esquerda", apesar do consenso, formado desde FHC, de que "governar é um processo".
Se Dilma começou bem, Lula poderia ter terminado em melhor companhia. O fato de Sarney tê-lo acompanhado no avião de Brasília até em casa foi de um oportunismo patético, mas também algo muito simbólico. Tão patético e simbólico quanto Lula, já "ex", num palanque em S. Bernardo ao lado de Sarney, pragejando pela enésima vez contra "as elites deste país".
O velho remanescente da ditadura que deu posse a Dilma no Congresso era prestigiado horas mais tarde no ABC por Lula, o maior líder popular da história. Este é o Brasil.
Dilma Rousseff iniciou seu discurso de posse destacando o "significado histórico" de ser a primeira mulher presidente do Brasil: "Venho para abrir portas". No final, se emocionou ao lembrar dos que estiveram com ela na luta armada contra a ditadura: "Muitos da minha geração, que tombaram pelo caminho, não podem compartilhar a alegria deste momento.
Divido com eles essa conquista, e rendo-lhes minha homenagem".
Na abertura, o elogio da condição feminina, projetando o futuro; no encerramento, a memória dos radicais da geração meia-oito, reparando o passado: foi a moldura que Dilma escolheu para seu retrato ao vestir a faixa presidencial.
Não havia, porém, nessa evocação histórico-sentimental da guerrilha, nada que desviasse a presidente de seu eixo pragmático. Entre uma ponta e outra, o recheio do discurso passou em revista a pauta já conhecida do "melhorismo" (o que já fizemos e o que ainda falta fazer), tudo com bom senso e equilíbrio, sem rancores nem radicalismos.
A ênfase, como deveria ser, ficou reservada ao combate à miséria: "A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema". Trata-se, afinal, de um governo "de esquerda", apesar do consenso, formado desde FHC, de que "governar é um processo".
Se Dilma começou bem, Lula poderia ter terminado em melhor companhia. O fato de Sarney tê-lo acompanhado no avião de Brasília até em casa foi de um oportunismo patético, mas também algo muito simbólico. Tão patético e simbólico quanto Lula, já "ex", num palanque em S. Bernardo ao lado de Sarney, pragejando pela enésima vez contra "as elites deste país".
O velho remanescente da ditadura que deu posse a Dilma no Congresso era prestigiado horas mais tarde no ABC por Lula, o maior líder popular da história. Este é o Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário