segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Casa Civil encerra caso Erenice sem punições

DEU EM O GLOBO

Acusada de tráfico de influência, ex-ministra continua sendo investigada pela PF e pela Controladoria-Geral da União

Chico de Gois

BRASÍLIA. A comissão de sindicância instaurada na Casa Civil em 18 de outubro para apurar denúncias de tráfico de influência envolvendo os servidores Vinícius de Oliveira Castro e Stevan Knezevic terminou sem apontar irregularidades por parte dos dois. Não houve punições. Já as acusações envolvendo Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil, continuam sendo investigadas pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União. Como ela era titular da pasta, não podia ser investigada por uma sindicância interna.

Vinícius é filho de Sônia Castro, que aparece como sócia de filhos de Erenice, entre eles Israel Guerra, na Capital Assessoria e Consultoria. Stevan é funcionário concursado da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e também era sócio de Israel. Ele teria intermediado a renovação de licença para a MTA Linhas Aéreas nos Correios. Em setembro de 2010, a revista "Veja" acusou Vinícius de receber um envelope com R$200 mil a título de propina. A sindicância não conseguiu provar que esse pagamento tenha existido.

No último dia do ano, sexta-feira, o Diário Oficial da União publicou uma portaria do então ministro Carlos Eduardo Esteves Lima para uma nova sindicância, dessa vez para analisar um convênio assinado em 2005 entre a Unicel e a diretoria de telecomunicação da Casa Civil para testes de um serviço móvel especializado. O documento original não foi encontrado pelos servidores que apuraram as eventuais irregularidades. A Unicel tinha como diretor comercial o marido de Erenice, José Roberto Camargo Campos.

O relatório da comissão de sindicância ficou pronto no início de dezembro, mas se tornou público só agora porque o ex--chefe da Casa Civil determinara ao departamento jurídico que fizesse uma análise.

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