Givaldo Siqueira foi secretário de comunicação do PPS
Por: Assessoria do PPS
Morreu na tarde desta quinta-feira (26), no Rio de Janeiro, aos 79 anos, o secretário de Comunicação do PPS, advogado Givaldo Siqueira. Quadro histórico do Partido Comunista Brasileiro (PCB), ele vinha batalhando contra um câncer e estava internado no hospital Copa D’Or. Na luta contra a doença, Givaldo se afastou da secretaria do PPS, mas se mantinha ativo na discussão das políticas adotadas pelo partido. Ele deixa a mulher Júlia, e os filhos Paulo e Isabela.
A direção nacional do PPS se solidariza com a família, amigos e companheiros de Givaldo e afirma que a morte do dirigente representa uma grande perda não só para a legenda, mas para toda a esquerda democrática.
As informações sobre o velório e sepultamento ainda estão sendo definidas pela família e serão informadas mais tarde pelo Portal do PPS. Confira abaixo nota de pesar do partido.
"Uma perda irreparável
A esquerda democrática sofreu, no dia de hoje (26 de setembro), uma de suas grandes perdas: a morte do advogado Givaldo Pereira de Siqueira, dirigente da Executiva Nacional do nosso Partido Popular Socialista. Vítima de um câncer há alguns anos, as várias tentativas de enfrentamento da terrível moléstia não surtiram efeito, apesar de toda a dedicação dos médicos e da família, e após menos de uma semana internado no Copa d’Or, veio a falecer.
Nascido em Serra Talhada, no sertão pernambucano, no dia 22 de dezembro de 1934, ainda garoto foi para o Rio de Janeiro, para onde se transferiram seus pais. Na então capital da República, foi ganho para as ideias marxistas e logo iniciou sua militância nas fileiras do PCB, revelando sua inteligência e sua capacidade de organização. Aluno da Faculdade Nacional de Direito e um dos líderes da União da Juventude Comunista, foi um dos organizadores da delegação brasileira ao Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, realizado em julho de 1954, em Viena, Áustria. No final dos anos 1950, articulava-se com a intelectualidade jovem que girava em torno do Centro Popular de Cultura, da União Nacional dos Estudantes. No pleito de 1962, foi um dos coordenadores da campanha eleitoral vitoriosa do PCB no então Estado da Guanabara, a qual elegeu deputado federal Marco Antônio Coelho, pela legenda PSD-PST. E, em julho de 1963, foi um dos articuladores da aliança PCB-AP (Ação Popular) que levou o jovem estudante de Economia da USP José Serra à presidência da UNE.
Com o Golpe de 1964, foi demitido do seu emprego na área de comunicação na Petrobrás, e como tantos outros dirigentes comunistas, enfrentou a violência policial-militar, atuando na mais rigorosa clandestinidade. Sua dedicação e sua rica contribuição tiveram o reconhecimento maior, em 1967, quando do histórico VI Congresso do PCB, ocasião em que foi eleito para o Comitê Central. Nos anos 1970, assim como outros companheiros, foi obrigado ao exílio europeu, sobretudo em Milão, na Itália. Com a anistia, retornou ao Brasil, e, em 1980, elegeram-no para a Comissão Executiva Nacional, na qual foi mantido até sua morte.
Cabeça política privilegiada, antenado com a realidade e rico formulador de ideias e propostas, sempre foi uma referência no que dizia respeito a enfrentar conjunturas complexas e delicadas. Diante do sentimento de carência e ausência que nos invade a todos, na descoberta de que já não poderemos mais contar com a presença dinâmica desse companheiro de lutas e de ideais, vamos nos esforçar para que, nos instantes de recordação e ânimo, levemos adiante a luta a que ele se dedicou por inteiro, por toda a sua vida.
À Júlia, sua companheira de todas as horas, aos filhos Paulo e Isabela, e aos netos, nossos mais fraternos e sinceros pêsames diante dessa irrecuperável perda. Saibam que determinei que o XVIII Congresso Nacional do nosso Partido seja dedicado a este exemplar batalhador pelas causas maiores da Humanidade.
Brasília, 26 de setembro de 2013
Deputado Roberto Freire
Presidente nacional do PPS"
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